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Carlos Bolsonaro pediu licença para cuidar do pai e acabou arranjando confusão nas redes sociais

"O que jornalistas espalham: Carlos Bolsonaro defende a ditadura. Canalhas!", tuitou o vereador. (Foto: Reprodução/Twitter)

Carlos Bolsonaro (PSC) pediu nova licença sem rendimentos da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. Desta vez, para acompanhar o pai, que se recupera de uma cirurgia em São Paulo. O “filho 02” do presidente Jair Bolsonaro está aproveitando o tempo de afastamento das atividades no Palácio Pedro Ernesto para polemizar nas redes sociais.

Uma postagem de Carlos feita na noite de segunda-feira (09) no Twitter com questionamento à democracia despertou reações negativas até mesmo no governo federal. “Por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos”, tuitou o vereador.

Após a repercussão negativa da declaração, ele voltou às redes sociais para tentar se defender. “Por vias democráticas as coisas não mudam rapidamente”, justificou-se. Em seguida, passou a atacar os veículos de comunicação. “O que jornalistas espalham: Carlos Bolsonaro defende a ditadura. Canalhas!”, tuitou.

Depois, fez mais um ataque voltado aos seus críticos: “Seus lixos, sabemos qual o intuito de vocês e o que querem. Não tenho medo algum diante de mais uma investida desonesta vindo de quem vem! Não transformarão o Brasil numa Venezuela!”.

A postura não surpreende seus colegas na Câmara do Rio. Carlos Bolsonaro é conhecido por dividir a sua atenção entre as sessões e o seu smartphone. Os registros no site da Câmara atestam isso. Neste ano, Carlos apresentou apenas um projeto de lei, em documento assinado com outros cinco vereadores. A maioria das 23 indicações legislativas foi para podas de árvore.

Para os colegas, Carlos coloca as discussões que envolvem o governo federal à frente das suas atribuições na Câmara do Rio de Janeiro e interage pouco com os outros vereadores da Casa. “Ele sempre se incomodou muito com a resistência ao governo do pai dele”, analisou o vereador Alexandre Isquierdo (DEM).

O vereador Reimont (PT) endossou as críticas às últimas postagens nas redes sociais: “O governo bolsonarista tem rompido com o pacto democrático. A declaração de Carlos soou como uma apologia à ditadura”.

Segundo o artigo 11 do regimento interno da Câmara Municipal do Rio, Carlos Bolsonaro só será substituído pelo suplente se ficar de licença por mais de 120 dias, ou seja, em janeiro de 2020, último ano da atual legislatura.

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