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Carlos Bolsonaro recebe alta depois de se internar com uma crise renal

Durante a investigação, Carlos teve quebrados os sigilos bancário, fiscal e telemático. (Foto: Agência Brasil)

O vereador Carlos Bolsonaro recebeu alta médica, na tarde desta quarta-feira (05), do Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. O parlamentar deu entrada na unidade de saúde na noite de terça-feira (04).

Segundo informações do próprio Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o problema seria uma crise de cálculo renal. “Tive um ataque crônico de cálculo renal. Nada que boas pessoas ao lado não pudessem sempre ajudar! Amanhã de pé e de volta ao trabalho!”, disse o vereador em uma rede social na terça-feira.

Apelido de “pitbull”

Segundo filho do presidente Jair Bolsonaro, chamado pelo pai de “zero dois”, o vereador Carlos Bolsonaro passou a infância entre membros das Forças Armadas. Ele nasceu em 1982 em Resende (RJ), sede da Academia Militar das Agulhas Negras, onde seu pai se formara oficial do Exército. Anos depois, viu Bolsonaro projetar-se politicamente graças ao apoio de militares.

Mas diferentemente dos filhos de oficiais com que brincavam na infância, Carlos e seus irmãos Flávio e Eduardo jamais conseguiram estudar em colégios militares. Em uma de suas raras entrevistas, concedida ao canal da jornalista Leda Nagle no YouTube em março, Carlos disse que oficiais de alta patente barraram o acesso do trio a escolas das Forças Armadas. “Os ministros [militares] da época dificultaram que isso acontecesse”, afirmou, sem explicar como isso teria ocorrido.

O gesto, segundo ele, seria uma represália a Bolsonaro, que desagradara seus superiores ao pleitear publicamente melhores salários. A postura custou processos disciplinares ao então capitão e acelerou sua passagem para a reserva, em 1988. Segundo o vereador, o episódio não gerou ressentimentos. “De dez anos para cá, as rusgas do passado foram superadas.”

Mas isso não impediu Carlos de voltar os canhões para generais do alto escalão do governo após seu pai se tornar o primeiro militar a presidir o Brasil desde o fim da ditadura (1964-1985), criando um dos maiores focos de atrito na gestão até agora. Os ataques são empreendidos pelas redes sociais, onde Carlos atua como assessor informal do pai há vários anos e ganhou o apelido de “pitbull”.

Carlos Bolsonaro x Hamilton Mourão

Em abril, Carlos passou a atacar no Twitter o vice-presidente da República, o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), insinuando que o vice buscava enfraquecer Bolsonaro e se apresentar como uma alternativa ao presidente.

Outro general da reserva, o ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz, também entrou na mira do vereador. “Vejo uma comunicação falha há meses da equipe do presidente. Tenho literalmente me matado para tentar melhorar, mas como muitos, sou apenas mais um e não pleiteio e nem quero máquina na mão. É notório que perdemos oportunidades ímpares de reagir e mostrar seu bom trabalho”, afirmou Carlos no fim de abril.

Santos Cruz chefia a Secretaria de Governo, responsável pela comunicação da Presidência da República, entre outras atribuições. Antes da posse de Bolsonaro, especulou-se que Carlos assumiria o setor, o que não se concretizou.

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