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Caso Bernardo: Imprecisão marca única testemunha de defesa e acusação

Testemunha de acusação e defesa pediu para não ser identificada (Foto: Reprodução/TJ)

Andressa Wagner, ex-secretária de Leandro Boldrini, foi a quinta testemunha a depor no julgamento de Bernardo Boldrini, morto em 4 de abril de 2014. Ela é a única depoente tanto da defesa quanto da acusação.

Perguntada pela juíza se Leandro era afetuoso com Bernardo, Andressa respondeu que sim. “Nunca vi o Dr. Boldrini maltratar o Bernardo. A Graciele, sim, dizia que ali [consultório] não era o lugar dele”, afirmou. Posteriormente, a ex-secretária relatou um episódio envolvendo a madrasta. “Uma vez ela chegou brava no consultório e disse que não aguentava mais o guri e queria dar um fim”, contou, apesar de não ter ouvido que ‘fim’ seria. Questionada sobre o episódio de ira de Graciele, Andressa relembra: “Ela disse que mandaria ele para um internato ou que dinheiro ela [Graciele] tinha para dar um fim no guri”.

Ao serem apresentadas por um dos promotores do caso diferentes tipos de assinatura (em razão de constar no laudo da defesa), Andressa deveria apontar qual era a de Leandro Boldrini e quais se pareciam ou não com a do médico. Em um primeiro momento, ela afirmou que a assinatura de Leandro Boldrini era sempre a mesma. Depois, disse que variava muito. Após confrontamento de promotores em relação ao que foi dito à época do crime com o que foi dito hoje, a defesa protestou e solicitou que as perguntas fossem objetivas. Entretanto, o procedimento continuou.

Uma das primeiras perguntas do advogado de defesa de Leandro foi por que Andressa não queria ter sua imagem gravada. “Não quero falar sobre isso”, respondeu, e em seguida começou a chorar. Questionada sobre ter ou não sentimentos de raiva e gratidão em relação ao médico, a ex-secretária respondeu “sim” para os dois. Em seguida, a testemunha voltou a chorar, logo após um dos advogados mencionar o caso da morte de Odilaine Uglione, mãe de Bernardo. “Acabaram com a minha vida”, lamentou, sobre o linchamento virtual sofrido nas redes sociais. Ao término, Andressa confirmou que foi pressionada pela delegada Caroline Bamberg na época do crime. “Ela me perguntou onde estava o corpo do Bernardo, como se eu soubesse onde estava”, relembrou.

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