Ícone do site Jornal O Sul

Celso de Mello discursa sobre corrupção diante de políticos investigados pela Lava Jato

O ministro Celso de Mello está deixando o cargo. (Foto: Carlos Humberto/STF)

Diante de vários políticos investigados na Lava Jato, o ministro Celso de Mello afirmou nesta segunda-feira (12) no Supremo Tribunal Federal (STF) que a corrupção “traduz um gesto de perversão da ética do poder” e disse que o comportamento “honesto e transparente” é “obrigação” de todos os cidadãos.

Ministro mais antigo do Supremo, Celso de Mello foi escolhido para fazer discurso de boas vindas por Cármen Lúcia, que nesta segunda tomou posse na presidência do tribunal.

Na plateia, estavam políticos alvos de investigação, entre os quais os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Aécio Neves (PSDB-MG) e Aloysio Nunes (PSDB-SP), Edison Lobão (PMDB-MA) e o ex-ministro da Advocacia Geral da União (AGU) José Eduardo Cardozo. Réu na Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também acompanhou o pronunciamento.

“A corrupção traduz um gesto de perversão da ética do poder e de erosão da integridade da ordem jurídica, cabendo ressaltar que o dever de probidade e de comportamento honesto e transparente configura obrigação cuja observância impõe-se a todos os cidadãos desta República que não tolera o poder que corrompe nem admite o poder que se deixa corromper”, disse Celso de Mello.

O ministro afirmou que os cidadãos têm “direito” a um “governo honesto” e defendeu punição aos “infieis da causa pública”.

“O direito ao governo honesto constitui uma insuprimível prerrogativa da própria cidadania. E que, deste tribunal, senhora ministra presidente, parta a advertência severa e impessoal de que aqueles que transgredirem tais mandamentos expor-se-ão sem prejuízo de outros tipos de responsabilização, não importando a sua posição estamental, se patrícios ou se plebeus […] devendo ser punidos exemplarmente na forma da lei esses infiéis da causa pública, esses indignos do poder”, discursou. (AG)

Sair da versão mobile