O Centrão aproveita o voto do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento da trama golpista para tentar isolar Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e enterrar de vez as pretensões do deputado de concorrer ao Palácio do Planalto em 2026. O argumento do grupo é o seguinte: mesmo que Fux tenha deixado brechas para “sonhar” com eventual anulação da condenação ou perdão de Jair Bolsonaro no futuro, somente o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) teria capacidade de articular com o Judiciário medidas como essas.
Na avaliação dos partidos de direita, minar a influência do parlamentar e de outras vozes mais radicais do PL é crucial para convencer o ex-presidente Bolsonaro a ungir o governador como sucessor político.
Apesar do desgaste recente do governador, que implodiu pontes com a Corte ao ter falado em ditadura e tirania no STF e do ministro Alexandre de Moraes, a leitura é que Tarcísio tem condições de reabrir caminhos. Com Eduardo, entretanto, ou qualquer outro com o sobrenome Bolsonaro, seria impossível abrir portas com o Supremo.
Além disso, acreditam as lideranças do Centrão que apoiam a candidatura presidencial de Tarcísio, haveria é possível haver uma mudança de ventos no ambiente político e jurídico nacional. E o próximo presidente da República pode indicar até três ministros no Supremo.
Tarcísio deve desembarcar em Brasília novamente na semana que vem, após o fim do julgamento, para uma nova rodada de negociações com o Congresso pela anistia a Bolsonaro e aos condenados do 8 de Janeiro. O movimento faz parte da série de acenos que o governador tem feito para ser escolhido como candidato de Bolsonaro em 2026. Na semana passada, quando o julgamento teve início, Tarcísio mergulhou na capital federal para intervir a favor do ex-presidente.
O Centrão, contudo, não pretende entregar a anistia “de mão beijada” a Bolsonaro, sem a garantia de que Tarcísio será escolhido para disputar o Planalto. Até o momento, contudo, embora tenha dado aval para as movimentações do governador, Bolsonaro não cravou o apoio ao aliado para a corrida presidencial.
Elogios a Fux
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usou sua conta no X para exaltar o ministro Luiz Fux e criticar duramente os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino. Em um dos textos publicados, ele descreve Moraes como “um criminoso vestido de toga”; em outro, dirigido exclusivamente a Dino, o chama de “cúmplice vassalo” de Moraes.
No primeiro post, o filho “02” de Bolsonaro começa dizendo que “o tirano está nu”, sugerindo que o voto de Fux teria exposto Moraes. Em seguida, ele vai além e ofende o magistrado, chamando-o de “psicopata”.
Em um segundo texto, Eduardo direciona críticas a Flávio Dino, chamando o ministro de “cúmplice vassalo de Alexandre de Moraes” e acusando-o de buscar protagonismo durante as sessões. As informações são de O Estado de S. Paulo
