O processo de cassação do presidente afastado da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) completou seis meses. Em 180 dias, Cunha e seu exército de aliados conseguiram promover manobras que retardaram o andamento do processo – o pedido de cassação já é o mais duradouro da história da Casa.
No vale-tudo para o peemedebista permanecer na Câmara, houve renúncia de relator, mudanças na composição do Conselho de Ética e pedido de impugnação de testemunhas de acusação. Até ao Supremo Tribunal Federal Cunha recorreu, mas seu pedido de suspensão do processo foi negado.
As manobras promovidas por Cunha e seus aliados levaram o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), a entregar ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, documentos que, na opinião do parlamentar, revelam as tentativas de paralisar os trabalhos.
Sem fazer comentários, Janot ouviu as reclamações, segundo Araújo, e apenas reagiu a uma brincadeira que o deputado fez ao dizer que só tinha como reclamar da interferência indevida de Cunha nas ações do conselho a ele e ao Papa Francisco. “Levei tudo para mostrar que, mesmo afastado do mandato e da presidência, Eduardo Cunha continua manobrando, e forte, na Casa”, contou Araújo. (AG)
