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Tecnologia Cidades Inteligentes

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Rafael Bechelin é fundador e presidente do Instituto para cidades inteligentes

Foto: Divulgação

Quando pensamos em cidade inteligente, a primeira coisa que nos vem em mente é uma cidade do futuro, com drones transportando pessoas, carros autônomos, robôs executando nossos trabalhos domésticos, algoritmos inteligentes prevendo coisas que queremos consumir e um drone autônomo já entregando as compras na porta de nossas casas, tudo automático e perfeitamente eficiente.

Pensamos também em serviços públicos totalmente digitalizados, fábricas e residências consumindo fartas fontes de energia renováveis, resumindo, uma cidade conectada, segura e capaz de nos entregar uma vida vislumbrada em filmes futuristas.
Atualmente existem várias definições do conceito de cidades inteligentes, porém não há uma definição definitiva e consolidada, nem mesmo uma mais comumente utilizada.

Acredita-se que essa falta de unidade na definição baseia-se basicamente no conflito entre dois pensamentos. O que foi referido acima e o que segue: Enquanto pensamos geralmente nessa cidade tecnológica do futuro, ao mesmo tempo se convidarmos um grupo de indivíduos à fecharem seus olhos e fazerem o exercício de imaginar um lugar dos sonhos para viver, que lhes possa trazer paz e onde gostariam que seus filhos crescessem, provavelmente todos pensariam em natureza, muitas árvores e uma paisagem linda.

Portanto se origina nessa dicotomia utópica nossa dificuldade de definição do conceito.
Até pouco tempo atrás pensávamos que, uma smart city poderia ser definida da seguinte forma: “É a cidade que melhora vida das pessoas por meio da tecnologia”.

E basicamente nos é permitido pensar assim, porque a cidade do futuro que foi explanada no início do artigo, de fato já está sendo testada em alguns lugares do mundo e todas as tecnologias citadas já existem e são operáveis de fato e vivem nesse momento seu ponto de escalada de exponencialidade, ou seja, se tornando presente e viável na vida de muitas pessoas.

Contudo, existe um termo que nos pode fazer reformular, repensar o conceito e ter uma visão ampliada sobre o que de fato é uma cidade inteligente. Esse termo chama-se “Inovação”.

Sob um prisma de Inovação Corporativa, acreditamos que muitas empresas Brasileiras são inovadoras, porém o inconsciente coletivo Brasileiro entende que inovação é alguma invenção tecnológica e disruptiva como por exemplo: inventar um novo foguete para a Nasa, ou novo Iphone, coisas do gênero…

Mas na verdade, inovação corporativa tem muito mais a ver com formas criativas de fazer coisas que a empresa já faz, ou encontrar formas criativas de fazer novos produtos, ser mais eficiente e lucrativa.

Ou seja, inovação está muito mais ligado à criatividade do que à tecnologia.
Portanto, inovar não significa necessariamente criação ou dependência do uso de tecnologia.

Feito este parêntese, podemos seguir nessa jornada de construção do entendimento do que de fato é uma cidade inteligente. Ora, se estamos falando de cidades inteligentes, podemos e devemos falar de tecnologia, porém ela assumindo um papel de ferramenta, um meio e não um objetivo final para que nossas cidades possam se tornar smart cities.

As cidades são organismos complexos e que demandam diferentes olhares, competências e abordagens. Por exemplo, dentro da mesma cidade cidadãos podem em um determinado bairro, ter acesso à uma cidade conectada, com internet grátis, bicicletas compartilhadas, carros elétricos compartilhados, pontos de recarga para carros elétricos, câmeras de reconhecimento facial, iluminação de alta qualidade, semáforos inteligentes.

Podem ainda ter seu DNA sequenciado e serviços de saúde de última geração e que possibilitam uma expectativa de vida média de mais de 85 anos. Em contrapartida dentro dessa mesma cidade, percorrendo poucos quilômetros, temos pessoas sem acesso a esses serviços. Inclusive sem acesso sequer a saneamento básico e com uma expectativa de vida média 30% menor do que um bairro vizinho.

Dessa forma, quando pensamos em uma cidade tecnológica atualmente, imagina-se uma bolha, com soluções maravilhosas, porém restrita para poucas pessoas. E quando se pensa isso, fica difícil de enxergar nesse cenário uma cidade inteligente.

Nesse momento da narrativa, podemos cravar o conceito de cidade inteligente: “A Cidade Inteligente é aquela que Inova e melhora a vida das pessoas.” As cidades precisam inovar, especialmente encontrando formas criativas de inclusão, de desenvolver as pessoas, as comunidades, promover o empreendedorismo na periferia, construir um senso de pertencimento e participação de toda a comunidade.

A cidade é como um grande corpo, um grande ser, e nós cidadãos, somos parte do todo como células, todas fundamentais para o funcionamento em equilíbrio do todo.

“Precisamos furar a bolha!”

Com certeza todos queremos e precisamos de cidades tecnológicas, mas também precisamos desse pensamento social, de inclusão e de sustentabilidade, que gerem resultados e melhorias sustentáveis e efetivas na vida de todos.
Isso sim é uma Cidade Inteligente!

Rafael Bechelin é fundador e presidente do Instituto para cidades inteligentes – Exocities – Administrador de empresas, empreendedor, pós graduado em Gestão Empreendedorismo e Marketing pela PUC-RS.
Cursou: Smart Cities – Management of Smart Urban Infrastructures pela Ecole Polytechnique Federale de Lausanne – EPFLx, Leading Change in Times of Disruption pelo MITx Massachusetts Institute of Technology, Entrepreneurship in Emerging Economies pela Harvardx Harvard University.

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