O Centro de Planetas Menores da União Astronômica Internacional anunciou esta semana a descoberta de um novo planeta-anão no Sistema Solar. Batizado de 2017 OF201, o objeto está localizado além da órbita de Plutão. De acordo com o site Science Alert, o “2017 OF201” possui cerca de 700 quilômetros de diâmetro e leva impressionantes 25 mil anos para completar uma única volta ao redor do Sol.
As estimativas apontam que o ponto mais distante da sua órbita está a 1.600 vezes a distância entre a Terra e o Sol. Já o ponto mais próximo do astro-rei é semelhante ao de Plutão, o que o torna extremamente difícil de ser observado da Terra.
“O 2017 OF201 passa apenas 1% do tempo de sua órbita suficientemente próximo para ser detectado”, explicou o astrônomo Sihao Cheng, líder da equipe do Instituto de Estudos Avançados.
Ele avalia que essa descoberta pode ser apenas a ponta do iceberg: “A presença desse objeto indica que pode haver centenas de outros com órbitas e tamanhos parecidos, mas que estão distantes demais para serem detectados atualmente. Mesmo com os avanços dos telescópios, ainda há muito a ser explorado no nosso próprio Sistema Solar”.
O candidato a planeta foi identificado por pesquisadores do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, por meio do telescópio Victor M. Blanco, no Chile. Caso seja confirmado como um planeta, devido ao seu tamanho, ele pode ser classificado como um planeta-anão, como Plutão. O artigo, porém, ainda está em versão “pré-print”, ou seja, ainda não foi revisado pela comunidade científica.
O “2017 OF201” está localizado na região dos objetos transnetunianos (TNOs), que ficam além da órbita de Netuno, planeta com órbita mais longe do Sol. A órbita do recém-descoberto corpo celeste se localiza a cerca de 90,5 unidades astronômicas do centro do nosso sistema — o que corresponde a 90 vezes a distância da Terra ao Sol.
Enfraquecimento da teoria do Planeta 9
O novo objeto pode impactar a hipótese da existência do chamado “Planeta 9”. Trata-se de uma teoria segundo a qual um grande planeta, ainda não detectado, estaria influenciando a órbita de objetos transnetunianos mais extremos.
Mas as características do 2017 OF201 chamam a atenção dos cientistas. “Muitos TNOs extremos têm órbitas que parecem se agrupar em orientações específicas, mas o 2017 OF 201 se desvia disso”, disse um dos coautores, Jiaxuan Li, também da Universidade de Princeton.
De acordo com os cientistas, como não segue o padrão esperado, o “2017 OF 201” colocaria em dúvida a existência do “Planeta 9”. Estudos futuros poderão desvendar esse mistério.