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Cientistas ganham Prêmio Nobel de Química pela criação de estruturas metal-orgânicas

Os três cientistas dividirão igualmente o prêmio, que totaliza 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões).

A Real Academia Sueca de Ciências anunciou nessa quarta-feira (8) que o Prêmio Nobel de Química de 2025 foi concedido aos cientistas Susumu Kitagawa, Richard Robson e Omar M. Yaghi pelo desenvolvimento das estruturas metal-orgânicas, conhecidas pela sigla MOFs (Metal-Organic Frameworks). Os três cientistas dividirão igualmente o prêmio, que totaliza 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões).

Essas estruturas, formadas pela combinação de íons metálicos e moléculas orgânicas, criam redes altamente porosas capazes de armazenar, separar e capturar gases de maneira extremamente eficiente — como dióxido de carbono e hidrogênio. A descoberta representa um dos maiores avanços da química moderna, com impactos diretos em energia limpa, captura de carbono, catálise química e até na purificação da água.

De acordo com o comitê do Nobel, “por meio do desenvolvimento das estruturas metal-orgânicas, os laureados de 2025 ofereceram à química novas oportunidades para enfrentar os desafios globais”. As descobertas de Kitagawa, Robson e Yaghi abriram caminho para que pesquisadores desenvolvessem centenas de variações funcionais de MOFs, adaptadas a diferentes usos industriais e ambientais.

Embora, até o momento, a maioria dessas aplicações ainda ocorra em pequena escala, empresas de diversos setores vêm investindo na produção e comercialização em larga escala desses materiais. A indústria eletrônica, por exemplo, já utiliza MOFs para conter gases tóxicos empregados na fabricação de semicondutores, enquanto outros tipos são capazes de decompor substâncias perigosas, inclusive gases que podem ser usados como armas químicas.

Além disso, várias companhias testam estruturas capazes de capturar dióxido de carbono diretamente de fábricas e usinas, contribuindo para a redução das emissões de gases do efeito estufa.

Diante desse potencial, parte da comunidade científica acredita que as estruturas metal-orgânicas poderão se tornar o “material do século XXI”, tamanha a versatilidade e a importância de suas aplicações para a sustentabilidade e a indústria moderna. As informações são do jornal O Globo.

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