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Cientistas infectarão minicérebros com zika para analisar como o agente causa a microcefalia

Pesquisadores querem saber quais as células que são atingidas pela doença durante a formação cerebral dos bebês. Foto: Reprodução

Com poucos relatos na literatura científica, o zika representa um desafio até para estudiosos. Chefe do laboratório de flavivírus da Fiocruz – primeira pessoa a identificar a presença do vírus no líquido amniótico de grávidas e idealizadora do Kit diagnóstico NAT, inédito no mundo –, Ana Bispo destacou que uma questão a ser respondida com urgência é quais células são atingidas durante a formação do cérebro dos bebês.

Para obterem a resposta, a Fiocruz, a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino firmaram parceria e investigarão a ação do micro-organismo a partir da infecção de minicérebros produzidos in vitro em uma das instituições. “Temos que entender a dinâmica do vírus. Qual é a célula-alvo no feto? Faremos uma colaboração com a UFRJ e com o laboratório Instituto D’Or, vamos fornecer o vírus para que eles possam fazer as infecções experimentais necessárias no laboratório deles mesmos e acompanhar como se processará o comportamento do micro-organismo nos minicérebros”, explicou.

LABORATÓRIO
Os minicérebros são uma massa celular feita em laboratório a partir de células-tronco. São retiradas amostras de urina, de onde as células são isoladas para um estágio no qual poderão dar origem a tecido humano. O procedimento para fazer o organoide, que mede cerca de dois milímetros, leva pelo menos três meses. (AG)

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