O mercado segue monitorando a articulação política do governo, que tenta manter o cronograma de tramitação das reformas da Previdência e administrativa. Fala de Bolsonaro, segundo reportagem do jornal Estado de S. Paulo, sobre um tsunami que pode ocorrer na próxima semana gerou volatilidade nesta sexta, embora não tenha ficado claro o intuito do presidente com a expressão. Negociações comerciais EUA x China seguem em foco, assim como dados de varejo e indústria nos dois países. No Brasil, Ata do Copom e IBC-Br podem afetar juros. Confira cinco assuntos quentes para o Brasil na próxima semana.
Tsunami?
O dólar ganhou força na manhã desta sexta-feira após a mídia reproduzir fala do presidente em evento da Caixa, quando ele explicava o fato de estar governando sem indicações políticas para cargos. Bolsonaro disse que pode haver problemas nessa forma de governar e talvez haja um tsunami na semana que vem, ressalvando que o obstáculo será vencido com toda certeza, segundo o Estado. O presidente não explicou a que estava se referindo quando usou o termo.
Articulação política
O governo deve seguir tentando adiantar a tramitação da Previdência na Comissão Especial e votar a MP da reforma administrativa no plenário da Câmara. Texto da MP seria votado ontem mesmo, mas uma manobra regimental impediu Rodrigo Maia de avançar com as mudanças em plenário e ampliou risco de medida perder validade, em 3 de junho, diz o jornal Valor. Ministro da Economia terá audiência na CMO (Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e fiscalização) na terça-feira.
Ata e atividade
O Banco Central divulga dia 14 a ata do Copom, que manteve nesta semana a Selic em 6,5% com um comunicado visto como neutro. O BC reconheceu ociosidade da economia, que está mais lenta que o previsto neste início do ano. Nos últimos dias, juros futuros caíram com dados de varejo reforçando atividade fraca e sinal de alívio na alta da inflação. Após IPCA inferior ao previsto nesta sexta, IBC-Br de março, que tem expectativa de queda, e o indicador de serviços do IBGE devem ser divulgados na semana que vem. Depois dos dados recentes, Bradesco cortou o PIB de 2019 para 1,1% e vê Selic a 5,75% no fim do ano.
EUA e China
Após a confirmação das tarifas de Trump contra a China, a guerra comercial deve seguir sendo monitorada diante das negociações em curso e a promessa do país asiático de retaliar. Depois do CPI abaixo do previsto nos EUA nesta sexta, agenda americana da próxima semana será mais fraca. Vendas no varejo e Empire Manufacturing são destaques entre indicadores e Clarida entre pronunciamentos de dirigentes do Fed. Na China, dados do varejo e indústria também estão previstos. Zona do Euro e Alemanha divulgarão PIB.
Elétricas e frigoríficos
Após prejuízo da Vale divulgado na quinta-feira, temporada de balanços do primeiro trimestre prossegue, com empresas de energia elétrica e frigoríficos entrando no centro do palco. JBS, BRF, Marfrig, Eletrobras, Cemig e Cosan divulgarão seus números. Resultados de companhias de outros segmentos, como Kroton e Embraer, também estão em pauta.
