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Citado em delações, o presidenciável Alvaro Dias fala na luta contra a corrupção

Senador do Podemos não chegou a ser acusado na Lava-Jato. (Foto: Divulgação)

No Senado, o presidenciável paranaense Alvaro Dias (Podemos) tem focado na pauta do combate à corrupção. Ao oficializar a sua candidatura ao Palácio do Planalto, ele chegou a prometer que, se for eleito, convidará o juiz federal Sérgio Moro (também do Paraná), da Operação Lava-Jato, para comandar o Ministério da Justiça.

“Eu posso querer, eu tenho o direito de querer. E eu posso convidá-lo. Outros não podem”, voltou a afirmar nesta quarta-feira, em uma sabatina com representantes do agronegócio.

De fato, o senador já apresentava propostas de combate à corrupção antes de ser deflagrada a primeira fase da Lava-Jato, em 2014. Ele é autor, por exemplo, da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) contra o foro privilegiado, protocolada no ano anterior. Aprovado no Senado, o documento agora tramita na Câmara dos Deputados.

Em 2012, foi relator de um projeto de lei que busca incluir a corrupção na lista de crimes hediondos. Essa matéria também está em tramitação na Câmara. Dias presidiu, ainda, a CPI do Futebol (2000) e foi membro titular da CPI dos Correios, em 2005.

Citação

O candidato à Presidência da República pelo Podemos não foi acusado formalmente no âmbito da Lava-Jato, mas chegou a ter o seu nome mencionado em algumas delações, como a de Pedro Novis, da empreiteira Odebrecht. O executivo disse que a empresa pagou propina a pessoas ligadas ao senador, quando ainda governador do Paraná (1987-1991).

No entanto, a PGR (Procuradoria-Geral da República) não encontrou indícios suficientes para abrir uma investigação contra Dias. Ele é próximo do empresário Joel Malucelli, dono do grupo J. Malucelli.

A empreiteira do conglomerado foi alvo da 49ª fase da Lava-Jato. O amigo de Dias é presidente do Podemos no Paraná e foi seu suplente no Senado até o início de julho, quando pediu licença.

A construtora integra o Consórcio Norte Energia, que venceu o leilão para a construção da hidrelétrica de Belo Monte em 2010. De acordo com investigações, o governo federal teria atuado indevidamente para garantir a vitória do consórcio. Em nota, o grupo negou ter feito pagamentos indevidos.

O senador, de 74 anos, também foi acusado de ter se beneficiado de recursos públicos da prefeitura de Maringá (PR) para financiar sua campanha em 1998. A assessoria do ex-governador ressalta que a denúncia foi arquivada.

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