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Clientes da Apple começam a devolver o Vision Pro após problemas de enjoo e ergonomia

Situações relacionadas ainda incluem a vermelhidão nos olhos, ou mesmo a falta de encaixe com diferentes tipos de rostos. (Foto: Reprodução)

O Apple Vision Pro teve as suas entregas iniciadas no começo de fevereiro, e isso significa que o período de 14 dias para devolução do produto está acabando. Registros em redes sociais mostram que algumas pessoas pretendem entregar o headset de volta para a Apple, por conta de problemas relacionados a sua ergonomia e usabilidade.

Uma das situações mais citadas pelas pessoas que usam o produto é o seu peso, um problema que já tinha aparecido nas primeiras análises do headset da Apple. Afinal, a distribuição do peso é considerada desequilibrada, e muito voltada para a parte frontal do dispositivo, o que certamente o torna desconfortável após um uso mais prolongado.

Isso acontece por conta da faixa para a cabeça Solo Band, que aparece nas principais propagandas da Apple. Apesar de ser mais estilosa que grande parte dos acessórios vistos em concorrentes, ela não traz um apoio para a parte superior da cabeça, o que torna o uso bem mais desconfortável, de acordo com os relatos.

No entanto, a Apple também disponibiliza a faixa Dual Loop, que é mais parecida com as de rivais como os produtos da Meta. Já foi dito que a experiência de uso é consideravelmente melhorada com ela, já que é capaz de manter um nível de conforto mais alto por algumas horas, dependendo do caso.

Outro problema citado nos relatos é um velho conhecido do mercado de headsets de realidade virtual: os enjoos e dores de cabeça. Por se tratarem de produtos que funciona por câmeras e com passagem de imagem (e não um sistema de lentes propriamente dito), trata-se de uma situação que ainda se mostra inevitável, e que pode atingir a cada um com diferentes níveis de intensidade.

Situações relacionadas ainda incluem a vermelhidão nos olhos, ou mesmo a falta de encaixe com diferentes tipos de rostos. É um problema relativamente comum com dispositivos vestíveis, especialmente aqueles que envolvam alguma parte do corpo, como acontece com os headsets.

Qualidade x utilidade

Há ainda outra parcela de pessoas que pretendem devolver o Apple Vision Pro por um motivo que não está necessariamente relacionado a problemas de saúde. Na verdade, esse grupo aponta que o produto não é útil o suficiente para justificar o investimento de US$ 3.499 (cerca de R$ 17.403 em conversão direta), no mínimo.

Trata-se de outra discussão relativamente antiga no mundo dos headsets VR, em que produtos da Meta e outras rivais parecem ter um conjunto de hardware acertado — contudo, grande parte do público simplesmente não encontra motivos para achar o dispositivo mais útil que um computador tradicional.

Não há como negar que os headsets ainda são produtos voltados para nichos, e o Apple Vision Pro ainda não teria o potencial para quebrar essa barreira — pelo menos não em sua primeira geração.

É por esse motivo que algumas marcas destinam seus headsets para públicos específicos. É o que fez a Microsoft, que passou a desenvolver o HoloLens para empresas antes de supostamente interromper o desenvolvimento do produto.

Outros registros dizem respeito à produtividade alcançada com o Vision Pro, que não seria mais alta em comparação com outros dispositivos. A movimentação de janelas com os gestos e o olhar pode ser um recurso futurístico, mas ineficiente para muitas pessoas.

A pouca diversidade de aplicativos e a falta de compatibilidade com alguns tipos de arquivos também foi apontada por algumas pessoas como empecilhos para o uso do Vision Pro, além da falta de uma biblioteca de jogos que utilizariam todo o potencial do produto.

Por enquanto, ainda não há como saber qual é a proporção de unidades devolvidas do Apple Vision Pro, e consequentemente qual pode ser a repercussão direta disso para a Apple. Além disso, é provável que estes números nunca sejam divulgados de forma oficial, já que representam propaganda negativa para a marca.

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