O ex-presidente da República e atual senador Fernando Collor (PROS-AL) foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (11). A operação, batizada como Arremate, é realizada em Maceió e Curitiba. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Foram expedidos 16 mandados de busca e apreensão nas capitais de Alagoas e do Paraná. Eles foram autorizados pelo ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal). Como Collor tem prerrogativa de foro especial, as ações ficam a cargo do Supremo. Elas estão sob sigilo.
Em nota, Collor disse estar “indignado” com a operação.
O objetivo da operação, segundo a PF, é “combater um esquema de lavagem de capitais por meio de compras de imóveis” em leilões judiciais. Os investigadores apontam que Collor estaria envolvido em um esquema no arremate de imóveis em 2010, 2011, 2012 e 2016.
A PF aponta que o político utilizaria um “laranja” com a proposta de “ocultar a sua participação como beneficiário final das operações”.
“Essas compras serviriam para ocultar e dissimular a utilização de recursos de origem ilícita, bem como viabilizar a ocultação patrimonial dos bens e convertê-los em ativos lícitos”, diz a PF.
Os valores envolvidos no esquema chegariam a R$ 6 milhões, segundo as investigações.
Os crimes apurados, de acordo com a PF, são os de lavagem de ativos, corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, falsificações e organização criminosa.
Nas redes sociais, Collor disse que a operação é uma tentativa de envolver seu nome em um assunto em que não tem “nenhum conhecimento ou participação”. “Trago a consciência tranquila e a certeza de que, mais uma vez, ficará comprovada a minha inocência.”
Ex-governador do Rio
Em outro caso, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral foi condenado pela 12ª vez. Agora, acumula penas que correspondem a 267 anos e dez meses de prisão.
O juiz Marcelo Bretas impôs uma nova pena de 33 anos, três meses e três dias na ação penal em que é acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas por meio dos doleiros Renato e Marcelo Chebar em contas no exterior.
A condenação se refere a processo no qual o ex-governador foi interrogado antes de decidir confessar os crimes que lhe são atribuídos. A nova estratégia foi adotada no início deste ano.
Neste processo, Cabral foi interrogado em junho de 2018. Na ocasião, ele reconheceu “promiscuidade” com empresários na arrecadação para campanhas, disse ter adotado práticas “desonestas” e assumiu ter tido “soberba” em sua carreira política ao eleger aliados para diferentes cargos.
Ainda assim, havia mudado pouco a linha de defesa até então adotada, quando afirmava que nunca pedira propina, mas se apropriara de sobra de caixa dois de campanha.
“Foi nessa promiscuidade [com empresários] que eu me perdi, que eu usei dinheiro de campanha para fins pessoais. […] Eu não soube me conter diante de tanto poder e tanta força política”, declarou o ex-governador.
Cabral admitiu neste interrogatório que arrecadara cerca de R$ 500 milhões para campanhas próprias e de aliados, tendo usado cerca de R$ 20 milhões para fins pessoais.
Bretas, na sentença, considerou como “fantasiosa e inverídica a tese de que os valores recebidos se tratavam doações para fins eleitorais, não amparada em nenhum elemento de prova”.