A Rede Sustentabilidade aprovou por aclamação neste sábado (4) a candidatura de Marina Silva à Presidência da República. O partido confirmou o nome da ex-ministra do Meio Ambiente em convenção nacional em Brasília. A Rede também confirmou Eduardo Jorge (PV) como candidato a vice na chapa. A aliança entre as legendas foi acertada na última quinta-feira (2).
A presidenciável fez gracejo também com a aparição de um tucano na entrada do local da convenção. Ela disse que a presença do pássaro foi uma homenagem. “Os tucanos de verdade sabem quem ainda está comprometido com a socialdemocracia”, afirmou ela, em alfinetada ao PSDB do adversário Geraldo Alckmin.
Esta será a terceira vez que Marina Silva concorrerá ao Palácio do Planalto. Nas outras duas ocasiões, em 2010 e 2014, ficou em terceiro lugar. A candidata foi uma das fundadoras da Rede Sustentabilidade, legenda que obteve o registro junto ao TSE em 2015. Porta-voz da Rede, Pedro Ivo afirmou em discurso que a aliança com o PV é “programática” e que na aliança “não tem bandido, não tem ninguém na Lava-Jato”.
O presidente do PV, José Luiz Penna, criticou as grandes legendas – sem citar quais – que querem, na avaliação dele, “eleger sempre os mesmos”. Segundo ele, a aliança entre PV e Rede é “um sinal claro de que a democracia no Brasil não vai aceitar sinais autoritários que estão sendo dados por algumas candidaturas”.
Cláusula de barreira
Neste pleito, a candidata terá outro desafio além de demonstrar viabilidade na corrida presidencial. A Rede Sustentabilidade, partido fundado por ela em 2015, passa por sua primeira eleição geral pressionado pela cláusula de barreira aprovada no Congresso em 2017. A Rede aposta na ex-senadora e na coligação tardia com o PV para fazer o número mínimo de votos necessários.
O partido tem que fazer 1,5% dos votos válidos, distribuídos em ao menos nove estados, ou eleger ao menos um deputado federal em cada um deles para ter acesso aos recursos do fundo partidário e ao tempo de TV. Hoje, a Rede tem apenas dois deputados federais e um senador
Trajetória
Marina Silva, de 60 anos, foi deputada estadual no Acre (1991-1994) e senadora pelo Estado por dois mandatos (1995 a 2010). Ela se licenciou do Senado de 2003 a 2008, quando ocupou o cargo de ministra do Meio Ambiente nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva.
Filiada ao PT desde 1986, deixou a legenda em 2009 para se filiar ao PV, partido pelo qual concorreu à Presidência em 2010, mas não conseguiu chegar ao segundo turno.
Em 2014, se candidatou novamente, desta vez pelo PSB. À época, era vice na chapa encabeçada por Eduardo Campos, mas assumiu a candidatura após a morte do candidato em um acidente aéreo. No segundo turno, apoiou o tucano Aécio Neves.