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A indústria puxou o crescimento do PIB do Rio Grande do Sul no último trimestre do ano passado

Setores como comércio e construção civil contribuíram para o desempenho positivo. (Foto: Agência Brasil)

Um estudo realizado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) aponta que o PIB (Produto Interno Bruto) do Rio Grande do Sul fechou 2018 em R$ 445 bilhões, o que representa crescimento real de 1,2% e resultado geral positivo pelo segundo ano consecutivo. No que se refere ao último trimestre, houve um avanço de 2,7% frente ao mesmo período de 2017, puxado especialmente pelo desempenho da indústria (7,9%).

De acordo com o governo do Estado, a soma dos bens e serviços finais produzidos ao longo do ano passado indica que a economia gaúcha segue uma tendência nacional de leve recuperação (alta de 1,1% no PIB brasileiro), após um período recessivo.

Além da indústria, cuja expansão anual chegou a 5%, o crescimento gaúcho do PIB gaúcho também foi atribuído a um cenário de desempenho parelho dos setores de comércio (5,6%) e construção civil (5,2%). Conforme o relatório da Fipe, esse comportamento compensou as perdas registradas pela agropecuária (-4,2%) e serviços (-1%).

“Este é um bom sinal, mas precisamos manter este caminho de crescimento por um tempo maior para que o crescimento econômico ajudar o Estado a reverter a sua crise fiscal”, destacou a titular da Seplag (Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão), Leany Lemos.

“Com esse objetivo, trabalhamos com uma agenda de atração de investimentos. Por isso, as reformas estruturais são importantes para sinalizar ao mercado. Mesmo em meio ao período de forte recessão e queda na sua receita, o Estado acabou ampliando seus gastos. Em três anos, apenas em termos de gastos com a folha salarial, houve um salto de R$ 5 bilhões”, frisou.

Expectativa otimista

O desempenho do último trimestre é o segundo consecutivo de alta, o que cria uma expectativa de retomada mais consistente no crescimento da atividade econômica. Na avaliação do economista Eduardo Zylberstajn, coordenador de pesquisas da Fipe, o desempenho da economia gaúcha no segundo semestre é animador:

“O Rio Grande do Sul conseguiu crescer acima do país, mesmo sem depender diretamente do comportamento da agricultura. Embora ainda aquém das necessidades, os sinais de retomada são positivos após um período de retração e crise severa”.

Ele também considera fundamental que os Estados, bem como o País como um todo, resolvam seus problemas fiscais, a fim de demonstrar maior previsibilidade aos investidores. “Em um cenário de desequilíbrio, o empresário sempre vê com temor a possibilidade de inflação e mais impostos”.

Mudança de metodologia

Após a apresentação do desempenho da economia em 2018, a secretária Leany Lemos informou que, até o fim do ano, a pasta estadual deve retomar os cálculos do PIB gaúcho por meio do DEE (Departamento de Economia e Estatística).

“Estamos reavaliando o contrato com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, mas também precisamos restabelecer a parceria com o IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]”, adiantou. As estimativas deste semestre, no entanto, ainda serão realizadas pela Fipe.

(Marcello Campos)

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