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Manifestantes confrontam segurança para entrar em área restrita da COP30

Seguranças chegaram a formar cordões humanos para impedir o avanço do grupo. (Foto: Reprodução)

As entradas e saídas da Zona Azul, área que concentra as negociações da COP30, em Belém do Pará, tiveram de ser fechadas depois que um grupo de manifestantes tentou entrar no local. Seguranças chegaram a formar cordões humanos para impedir o avanço dos invasores. Ao menos um guarda ficou ferido.

Vídeos que circulam em redes sociais mostram que, no começo da noite de terça-feira (11), os manifestantes chegaram a passar pelos detectores de metal, antes do acesso ao pavilhão de entrada. Na sequência, eles foram impedidos de continuar pelos seguranças e houve confronto.

O grupo carregava bandeiras de coletivos estudantis e faixas de protesto contra a exploração de petróleo, conflito na Palestina e a favor de causas indígenas.

A Zona Azul é considerada território da Organização das Nações Unidas, por isso, a segurança do local é responsabilidade do organismo.

Os manifestantes foram retirados do espaço e o público credenciado pode deixar o local. Carros da Polícia Militar e policiais se deslocaram para reforçar a segurança nas áreas externas do pavilhão que abriga a COP.

Não há informações de detidos.

Em nota, os organizadores da Marcha pela Saúde e Clima, realizada na terça-feira, esclareceram que os “atos que ocorreram após a marcha não fazem parte da organização do evento que tratou de saúde e clima”.

Segundo o grupo, “a marcha foi uma expressão legítima, pacífica e organizada de mobilização popular, construída com diálogo, responsabilidade e compromisso coletivo”.

“Reafirmamos nosso respeito às instituições organizadoras da COP30 e o compromisso com uma Amazônia viva, saudável e sustentável para todos”, destacaram os organizadores da marcha.

Cúpula dos Povos

Em outra frente, a Cúpula dos Povos foi aberta oficialmente nessa quarta-feira (12) com discursos criticando a ausência de maior participação popular na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) e em defesa da Palestina. Para as organizações e movimentos, países e tomadores de decisão têm se omitido ou apresentado soluções absolutamente ineficientes colocando em risco a meta de 1,5°C do Acordo de Paris.

O evento reúne cerca de 1,3 mil movimentos sociais, redes e organizações populares de todo o mundo e se estende até o dia 16 de novembro, na Universidade Federal do Pará, às margens do Rio Guamá, em Belém (PA).

“Decidimos há mais de dois anos, quando tivemos notícias de que a COP30 aconteceria aqui no nosso país e mais especificamente aqui no estado do Pará, de dizer que, diante dos desafios que estava posto pela COP, nós deveríamos construir um dos maiores levantes da classe trabalhadora do nosso país mobilizando a classe trabalhadora do mundo”, disse Ayala Ferreira, uma das integrantes da comissão organizadora da Cúpula e integrante do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais sem Terra (MST).

A expectativa é que mais de 30 mil pessoas passem pela Cúpula, construída como uma resposta concreta dos povos ao que chamam de inércia e falta de compromisso da COP. Na avaliação das lideranças da cúpula, apesar de alcançar sua trigésima edição, a COP têm mostrado poucos resultados práticos e, além disso, tem deixado as populações à margem das decisões tomadas durante o evento. As informações são da Agência Brasil.

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