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Confissão de agente da Polícia Federal pode criar dificuldades para Bolsonaro e seus aliados

Wladimir confirmou ter sido chamado para integrar um grupo de ação desenhado para atuar em caso de ruptura institucional.(Foto: Divulgação/SinPF/SP)

Não são apenas os áudios e mensagens extraídos do celular do agente da Polícia Federal (PF), Wladimir Matos Soares que complicam a situação de Jair Bolsonaro e dos demais réus e denunciados pelos atos golpistas.

Wladimir é o segundo agente do Estado na ativa e denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) a confirmar oficialmente, à PF, que essa articulação de fato existiu dentro da estrutura do governo brasileiro. Antes dele, apenas o tenente-coronel, Mauro Cid, em delação premiada, havia confirmado existência da conspiração golpista.

O agente revelou à instituição que foi chamado para compor um grupo de resistência que atuaria de forma armada contra a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A informação foi registrada formalmente em termo de declarações prestado pelo agente durante a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado. Segundo ele, o grupo, composto por policiais federais, estava pronto para agir se Jair Bolsonaro se recusasse a deixar o poder.

Wladimir confirmou ter sido chamado para integrar um grupo de ação desenhado para atuar em caso de ruptura institucional. A equipe, segundo ele, seria composta por agentes da Polícia Federal e teria como missão garantir a segurança do Palácio do Planalto e de Bolsonaro, mesmo em um cenário de resistência à posse do presidente eleito.

A descrição sugere a existência de um plano articulado, pronto para ser executado, caso houvesse impasse ou recusa na transição de governo.

Tentativa

A existência dessa equipe preparada para atuar fora dos marcos legais reforça o cenário investigado pela Polícia Federal, no qual integrantes da máquina pública estariam organizados para resistir à posse de Luiz Inácio Lula da Silva.

O depoimento de Wladimir adiciona uma peça fundamental ao quebra-cabeça da tentativa de golpe, ao indicar que parte da corporação estaria disposta a atuar diretamente na manutenção de Bolsonaro no poder, mesmo sem respaldo legal.

A declaração foi registrada formalmente nos autos, em documento anexado à Petição 13.236, que investiga a tentativa de golpe, e reforça as conclusões da investigação sobre a existência de um grupo de servidores armados e organizados que atuaria em defesa de Bolsonaro para impedir a transição de governo.

A presença de nomes como Ramalho e Marcelo, ainda que não se saiba a extensão de suas ações, também deve ser alvo de novas diligências internas. As informações são do portal ICL Notícias.

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