O corpo pode até pedir descanso depois de um longo dia de trabalho, mas muitas pessoas sofrem de insônia e travam uma verdadeira guerra na cama contra a falta de sono. Motivos para impedir que o cérebro desligue à noite não faltam. O trânsito caótico, a má alimentação e o sedentarismo são combustíveis determinantes para o aparecimento do sintoma, que acarreta, principalmente, variações de humor e baixa produtividade.
Foi o ganho de peso aliado a um abalo emocional após o fim de um relacionamento que levaram o designer Giovani Ferreira da Silva, 23 anos, a passar mais de três dias seguidos sem dormir direito.
A situação aconteceu há cerca de dois anos e ele considera o período como o pior da sua vida. “Eu só tirava cochilos de uma hora a uma hora e meia, não conseguia descansar”, contou Giovani, que disse que ficou parecido com “mortos vivos”. “Eu virei um zumbi”, afirma.
Disposto a aumentar a qualidade de vida, o rapaz ocupou quatro dias da sua semana com exercícios físicos. Às terças-feiras e quintas-feiras, ele jogava futebol. Aos sábados e aos domingos, corria e praticava basquete. “Era uma maneira de ficar cansado e conseguir dormir”, revela.
A estratégia deu certo. Aos poucos, o designer está conseguindo deixar de lado as madrugadas em claro. “Esse é um caso de transtorno de insônia. É resolvido com a mudança de hábitos”, explicou a neurologista e especialista em medicina do sono Rosa Hasan.
Em situações como essa não é preciso tratamento médico. O sintoma pode ser resolvido com mudanças de hábitos alimentares e deixando o sedentarismo de lado. Outra dica fundamental é evitar o uso de computadores e de tablets perto do horário de dormir.
Além dos transtornos de insônia, há ainda dois tipos: a intermitente, que aparece e desaparece constantemente, sem qualquer tratamento, e as consideradas crônicas, com duração mínima de três meses e que se manifestam mais de três vezes na semana.
Boa alimentação é fundamental.
Evitar alimentos com uma grande concentração de cafeína (estimulante) e gordura próximo do horário de dormir é o primeiro passo para evitar que o cérebro fique alerta no momento em que ele precisa desligar.
De acordo com a nutricionista Karla Vilaça, o combate à insônia começa na mesa. Pacientes que sofrem do transtorno precisam incluir no cardápio refeições ricas em triptofanos, substâncias que estimulam o hormônio do sono. Exemplos de alimentos com esse aminoácido são os derivados do leite, banana e cereais integrais.
Também fazem parte dessa lista de alimentos as oleaginosas, como castanhas e nozes, além do suco de maracujá, a alface e o famoso chá de camomila. “São produtos que podem ser consumidos cerca de meia hora antes de dormir. É recomendada uma refeição bem leve quando há um intervalo grande entre o jantar e a hora de dormir”, explica a nutricionista.
Dentre os vilões para uma noite bem dormida estão café, chá preto, refrigerante e alimentos muito gordurosos. Karla destaca que a comida é o primeiro passo para deitar e dormir, mas outras mudanças de hábitos precisam ser adotadas para minimizar os sintomas da insônia, como a prática regular de exercícios físicos. (DSP)