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Conheça sete alimentos perigosos que devem ser consumidos com cuidado

Há dois tipos de mandioca: a mansa e a brava. O tipo bravo pode ser altamente tóxico. (Foto: Reprodução)

Eles podem parecer inofensivos. Mas a verdade é que nem todos os alimentos podem ser consumidos sem antes ser devidamente selecionados e preparados ou de se removerem algumas partes consideradas não-comestíveis ou tóxicas, ou de se atentar para suas condições de preparo ou conservação.

Na ausência disso, podem causar males como náusea, falta de ar, efeitos psicóticos e até a morte.

Confira sete alimentos que devem ser consumidos com cautela – e que, se você não tiver certeza sobre alguns aspectos mencionados abaixo, é melhor evitá-los.

1. Peixe Baiacu

O baiacu é um dos peixes mais venenosos do mundo. É considerado ainda mais letal que o cianeto. Mas, apesar dos riscos que apresenta, é também uma iguaria em alguns países. Especialmente popular no Japão, o fugu (como é chamado no país asiático) costuma ser servido cru, fatiado em camadas finas ou adicionado à sopa.

O segredo é verificar, no momento em que o baiacu chega ao prato, que suas partes venenosas, incluindo cérebro, pele, olhos, ovas, fígado e intestinos, tenham sido removidas, uma vez que contêm a perigosa tetrodotoxina, substância venenosa temida pela rapidez e violência de seus efeitos.

2. Queijo Casu Marzu

Pode parecer estranho, mas o que mais chama a atenção no alimento é a presença de larvas no seu interior. Apesar do aspecto controverso, esse queijo da Sardenha, na Itália, tem muitos admiradores.

O casu marzu é feito a partir do pecorino, queijo de leite de ovelha com sabor e consistência semelhantes aos do parmesão. Ele é armazenado em um local seco para que apodreça – e as moscas possam se aproximar e depositar seus ovos nele.

Com o passar do tempo, as pequenas larvas amolecem o queijo, que deve ser servido quando seu centro estiver com a consistência quase líquida.

Quem quiser experimentar deve levar alguns aspectos em consideração: em primeiro lugar, ter reflexos rápidos para se esquivar das larvas de mosca, já que elas podem saltar a uma altura de até 15 cm, enquanto você saboreia um pedaço.

Em segundo lugar, a dificuldade para encontrá-lo. Trata-se de um queijo que não está incluído na lista de alimentos aprovados pela União Europeia, por exemplo.

Em terceiro lugar, seu estado. A principal razão para o casu marzu não constar nesta lista é que costuma ser descrito como “o queijo mais perigoso do mundo”, uma vez que apresenta riscos à saúde. Os riscos de consumi-lo em más condições incluem dor de estômago, vômito e diarreia.

3. Ruibarbo

Os talos de ruibarbo são bastante populares, por exemplo, na culinária do Reino Unido. Muitas sobremesas e bebidas favoritas dos britânicos levam esse ingrediente.

Mas é preciso ter um cuidado especial com o ruibarbo, uma vez que as folhas verdes que acompanham os saborosos talos contêm veneno. Especificamente, o ácido oxálico, que em grandes quantidades causa náuseas e problemas renais.

No entanto, há muito debate sobre o quão perigosas, de fato, são as folhas de ruibarbo, devido ao nível de ácido oxálico encontrado nelas. Na verdade, o ácido oxálico também está presente nos talos, mas em quantidade bem menor do que nas folhas.

A substância provoca insuficiência renal e, embora seja preciso comer uma porção muito grande de folhas para morrer, é melhor evitá-las.

4. Feijão vermelho

Em geral, há um consenso de que feijão e leguminosas fazem bem à saúde, mas existem alguns tipos que, se não forem preparados adequadamente, podem ser prejudiciais. O feijão vermelho se enquadra nessa categoria de alimentos perigosos.

O lado bom é que está repleto de proteínas, fibras, vitaminas e minerais. Mas, quando está cru, contém um tipo de lectina chamada fitohemaglutinina – tão difícil de escrever quanto de digerir. E se você consumi-la, esteja preparado para um quadro de dor no estômago e vômito.

É aconselhável deixar os feijões de molho por pelo menos 12 horas – em seguida, escorrer a água e enxaguar. Depois, cubra os grãos com água fresca e deixe ferver por pelo menos 10 minutos, antes de cozinhá-los por 45-60 minutos para que fiquem macios.

5. Noz-moscada

Esse ingrediente vem de uma árvore nativa das Ilhas Molucas (ou Ilhas das Especiarias), na Indonésia. É essencial para a preparação de certas sobremesas, como o arroz doce. Também é usada para temperar batatas, carnes, molhos, legumes e até bebidas, como a gemada.

Embora a intoxicação alimentar raramente leve à morte, não é uma experiência agradável.

Então, por que alguém consumiria noz-moscada em excesso? Tudo indica que a especiaria costumava ser um alucinógeno popular. É claro que, dados os efeitos colaterais, a onda definitivamente não compensa.

6. Mandioca

A rigor, há dois tipos de mandioca – a mandioca mansa, também chamada de mandioca de mesa, e a mandioca brava, conhecida como mandioca de indústria. Nos centros urbanos, a mandioca comercializada como alimento é sempre a mansa. Mas em zonas rurais, em lugares mais remotos na África, a mandioca mais comum pode ser a brava, e, por isso, se não for preparada adequadamente, pode causar sérios problemas de saúde.

Um deles é uma condição chamada konzo, com sintomas que incluem paralisia súbita das pernas.

Na América do Sul, onde se come mandioca há milhares de anos, as tribos aprenderam os muitos passos necessários para desintoxicá-la completamente: raspar, ralar, lavar, ferver o líquido, deixar a massa repousar por dois dias e depois assar.

7. Ostras e outros moluscos crus

Moluscos crus, principalmente as ostras, são responsáveis por muitos casos de intoxicação alimentar. É por isso que quem come a ostra in natura corre o risco de desenvolver quadros de infecção gastrointestinal – febre, diarreia, cólicas abdominais, náuseas e vômitos – e que, em casos mais graves, pode ser fatal.

Antes de consumir ostras cruas, portanto, fique atento à sua procedência e frescor. E, para não correr riscos, é aconselhável comê-las sempre cozidas.

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