A Suíça congelou perto de 5 milhões de dólares (pouco mais de 20 milhões de reais segundo a cotação atual do dólar) em ativos em nome do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e de seus parentes. Uma auditoria interna do banco que guarda esses valores, cuja identificação não foi divulgada, foi responsável pelo informe que levou à abertura de ação criminal no país europeu por suspeita de lavagem de dinheiro. A investigação foi enviada ontem pelo Ministério Público suíço à PGR (Procuradoria-Geral da República) no Brasil.
A instituição financeira entregou aos procuradores da Suíça, em abril de 2015, um informe em que apontava para as irregularidades e fazia duas constatações: Cunha havia criado uma estrutura para tentar esconder seu nome da conta e a renda movimentada era muito superior ao que o peemedebista havia declarado como salário.
O alerta deu um início a uma investigação formal, que resultou em um congelamento dos ativos de Cunha e de parentes em diversas contas. “O Escritório do Procurador-Geral da Suíça confirma que abriu um processo criminal contra Eduardo Cunha sob a base de suspeita de lavagem de dinheiro, ampliando em sequência para corrupção passiva”, indicou o MP suíço.
O valor estaria dividido em pelo menos quatro contas controladas pelo presidente da Câmara. Uma delas está em nome do parlamentar e da mulher dele, a jornalista Claudia Cruz.
A Suíça investiga pagamentos relacionados à Petrobras desde março de 2014, quando foi deflagrada no Brasil a Operação Lava-Jato. Durante meses, o Ministério Público suíço pediu que bancos entregassem à Justiça detalhes sobre dezenas de contas. Até agora, mais de 300 já foram identificadas e bloqueadas. No caso de Cunha, a confirmação veio justamente do informe de um banco. “Depois de abrir um processo, os ativos de Eduardo Cunha foram congelados”, confirmaram as autoridades suíças.
Contas bloqueadas de presidente da Câmara dos Deputados e de seus familiares na Suíça somam quase 5 milhões de dólares

Segundo procuradores da Suíça, Cunha havia criado uma estrutura para tentar esconder seu nome da conta e a renda movimentada era muito superior ao que ele declarou como salário. (Foto: Banco de Dados/ o Sul)