As contas do governo registraram, em julho, um déficit primário (receitas menos despesas, sem contar juros da dívida pública) de 7,22 bilhões de reais, informou a Secretaria do Tesouro Nacional na quinta-feira. De acordo com dados oficiais, trata-se do pior resultado, para este mês, desde o início da série histórica da instituição, em 1997, ou seja, em 19 anos. Em julho de 2014, as contas do governo registraram déficit de 2,21 bilhões de reais.
Já nos sete primeiros meses deste ano, o governo informou que foi contabilizado um déficit de 9,05 bilhões de reais. Foi a primeira vez, desde o início da série histórica, em 1997, que as contas do governo tiveram resultado negativo para o período de janeiro a julho.
Em igual período do ano passado, foi registrado um superávit de 15,14 bilhões de reais, de acordo com números do Tesouro Nacional. Até então, o pior resultado para o período havia ocorrido em 1997 (superávit de 3 bilhões de reais).
“Trata-se de um resultado negativo bastante expressivo, mas isso não significa que não estejamos fazendo o ajuste fiscal. A receita real vem caindo. Recuou 3,7%. Parte disso tem a ver com o nível de atividade econômica e essa performance ainda não mudou”, afirmou o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive.
Os resultados das contas públicas têm sido afetados pela redução da arrecadação federal, que registrou o pior desempenho para o período de janeiro a julho desde 2010. Segundo Saintive, a queda no preço do petróleo também tem influenciado as contas públicas. Ele informou que o governo arrecadou 10 bilhões de reais a menos, na parcial deste ano, em royalties do petróleo. “Não recebemos e não esperamos receber dividendos da Petrobras. Isso impacta nossa receita com relação a dividendos”, acrescentou.
