Em um ano marcado pela recessão na economia e pelo pagamento das chamadas pedaladas fiscais, as contas do governo tiveram forte deterioração e registraram um rombo recorde de 114,98 bilhões de reais em 2015, ou 1,94% do PIB (Produto Interno Bruto), informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta quinta-feira (28).
Esse foi o pior resultado das contas públicas desde o início da série histórica, em 1997, ou seja, em 19 anos. Até então, o pior saldo havia sido registrado em 2014, quando foi contabilizado um déficit fiscal primário (despesas maiores do que receitas, sem contar os juros da dívida pública) de 17,21 bilhões de reais, ou 0,3% do PIB.
Os números do Tesouro Nacional mostram que a piora do resultado, de 2014 para 2015, foi de quase 100 bilhões de reais. A diferença exata foi de 97,77 bilhões de reais, informou o governo federal. O resultado engloba as contas da União, do Banco Central e da Previdência Social.
Meta fiscal
Por conta das dificuldades enfrentadas com as contas públicas neste ano, o governo enviou ao Congresso Nacional uma proposta de alteração da meta fiscal no ano passado – que acabou sendo aprovada pelo Legislativo. O texto, enviado pelo Palácio do Planalto diante das dificuldades para fechar as contas, autorizou o governo federal a encerrar 2015 com um déficit de 51,8 bilhões de reais – sem contar as pedaladas fiscais e as receitas da concessão de hidrelétricas, que acabaram ficando para 2016.