O líder norte-coreano Kim Jong-Un anunciou nesta quarta-feira (1º) o fim da moratória dos testes nucleares e do teste intercontinental de mísseis balísticos e prometeu uma ação “impactante” contra os Estados Unidos, que reagiram com moderação à notícia.
“Não há mais base para mantermos unilateralmente o vínculo com o compromisso”, disse Kim a líderes do partido governista. “O mundo vai testemunhar uma nova arma estratégica que a República Popular Democrática da Coreia [nome oficial da Coreia do Norte] deterá no futuro próximo”, acrescentou o líder norte-coreano, anunciando uma “ação impactante” da Coreia do Norte.
Kim declarou em 2018 que a Coreia não tinha mais necessidade de realizar testes nucleares e com ICBM (mísseis balísticos intercontinentais), e o anúncio desta quarta ameaça acabar com os avanços diplomáticos feitos recentemente nesta área.
Antes de 2018, Coreia do Norte realizou seis testes nucleares e lançou mísseis balísticos capazes de atingir o território continental dos Estados Unidos. A afirmação desta quarta-feira, diante de um plenário lotado do comitê central do Partido dos Trabalhadores, deixa claro que a Coreia do Norte prefere enfrentar sanções internacionais para preservar sua capacidade nuclear, e derruba os esforços diplomáticos dos dois últimos anos.
O presidente americano, Donald Trump, no entanto, reagiu com moderação ao anúncio e declarou acreditar que o líder norte-coreano honrará seus compromissos de desnuclearização.
“Assinamos um contrato falando sobre desnuclearização. Essa foi a principal palavra, ‘desnuclearização’, redigida em Singapura. Acho que ele é um homem de palavra”, declarou à imprensa. “Nunca venderemos nossa dignidade”, disse ele, prometendo “uma ação chocante para pagar [aos Estados Unidos] o preço da dor sofrida por nosso povo”.
Como Trump, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, reagiu com moderação. “Queremos paz, não confronto”, disse ele à CBS. “Esperamos que … o presidente Kim tome a decisão certa e escolha a paz e a prosperidade em vez de conflitos e guerras”, disse Pompeo à Fox News. O ministério sul-coreano encarregado da Unificação disse, por sua vez, que um teste estratégico de armas “não ajudará nas negociações sobre desnuclearização”.