A Coreia do Norte disse nesse sábado que o presidente dos EUA, Donald Trump, mostrou em sua primeira viagem à Ásia que era um destruidor e que implorava por guerra na Península Coreana. Trump alertou o país a não subestimar os Estados Unidos durante sua visita a Seul. O porta-voz norte-coreano que fez a declaração afirmou que nada deteria Pyongyang de continuar seu programa de armas nucleares.
“Trump, durante sua visita, revelou sua verdadeira natureza como destruidor da paz e da estabilidade mundial e pediu uma guerra nuclear na Península Coreana”, disse o porta-voz do Ministério de Exteriores em um comunicado divulgado pela agência estatal norte-coreana.
“Trump se gaba da superioridade do poder dos Estados Unidos e da paz através da força. Porém, ele precisa ser bem informado de que é a posição da Coreia do Norte defender a nossa soberania e o direito à existência e ao desenvolvimento mantendo um verdadeiro equilíbrio de força com os EUA”.
O Ministério dos Exteriores norte-coreano ainda chamou de lunáticas as declarações de Trump na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), na qual o presidente disse que destruiria completamente a Coreia do Norte, e acusou os EUA de tentarem demonizar o país. No Vietnã, o presidente dos EUA disse que a Ásia não deve ser mantida refém pelas “fantasias distorcidas” de conquista violenta e chantagem nuclear do líder supremo norte-coreano, Kim Jong-un.
Assim como em todas as paradas da sua viagem, o republicano adotou tom de ameaça ao regime de Pyongyang. “Todo passo que a Coreia do Norte dá em direção a mais armas é um passo para maior e maior perigo”, disse Trump.
Frente à necessidade de confrontar a Coreia do Norte sobre seus testes nucleares e lançamentos de mísseis, as antigas cobranças para que Pequim intensificasse as retaliações contra o regime de Kim Jong-un ganharam um novo tom durante a passagem de Trump pelo país.
Em vez de críticas, desta vez, o presidente americano, num tom mais amigável que o de costume, elogiou os esforços de Xi no combate à crescente ameaça de Pyongyang. O chinês reafirmou o compromisso do país com a completa desnuclearização da Península Coreana.
“O tempo está acabando. Devemos agir rápido, e espero que a China aja mais rápido e mais efetivamente neste problema”, disse Trump. “A China pode consertar este problema fácil e rapidamente. Eu sei uma coisa sobre o seu presidente: se ele trabalha de verdade numa coisa, vai acontecer. Não há dúvida sobre isso.”
Após uma reunião de trabalho com Xi, o presidente americano disse que o encontro foi excelente no debate sobre a Coreia do Norte. Disse estar convencido de que existe uma solução, mas não especificou mais detalhes. Especula-se que Trump tenha pressionado a China a restringir seu comércio com a sua nação aliada, cuja economia depende dos laços com o governo chinês.
Embora a China tenha aprovado as últimas sanções da ONU contra a Coreia do Norte e prometido efetivamente aplicar-las, os EUA pede que suas autoridades façam mais para asfixiar economicamente o regime de Kim Jong-un.
Logo antes de viajar à China, Trump havia lançado uma nova advertência ao líder supremo norte-coreano, num momento de altas tensões por conta dos repetidos testes nucleares realizados pelo seu regime: “Não nos subestimem, não nos testem”, afirmou o presidente em discurso na frente do Parlamento de Seul, sua segunda parada da viagem pela Ásia, após ter visitado Tóquio.
A China, responsável por 90% do comércio com a Coreia do Norte, está em uma posição crucial para pressionar o regime de Kim Jong-un, que em setembro realizou um novo teste nuclear. O governo chinês se comprometeu a aplicar estritamente as últimas sanções da ONU contra a Coreia do Norte, mas rejeita as ameaças de Trump e defende um diálogo com o país vizinho.
