A Coreia do Norte disse nesta sexta-feira (22) que pode testar uma bomba de hidrogênio sobre o oceano Pacífico. A afirmação acontece dias depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que vai destruir o país asiático caso não tenha outra escolha, em seu primeiro discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas.
Em retaliação contra o discurso de Trump, o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, prometeu fazer com que o presidente americano pague caro por suas ameaças. Kim não especificou qual ação tomaria contra os Estados Unidos ou Trump, com quem tem trocado insultos nas últimas semanas. Desta vez, Kim chamou Trump de “perturbado”.
Pouco tempo depois da divulgação do comunicado, Trump afirmou no Twitter que o líder norte-coreano é um “louco que não se importa em morrer de fome ou matar o seu povo”. “Ele será testado como nunca antes!”, ameaçou.
O ministro das Relações Exteriores norte-coreano, Ri Yong Ho, declarou que a Coreia do Norte irá considerar o teste de uma bomba de hidrogênio de escala sem precedentes sobre o Pacífico. Ri também disse que não conhece os pensamentos exatos de Kim.
Sanções
Trump assinou um decreto para ampliar as sanções contra a Coreia do Norte. A pressão sobre o país aumentou com exercícios militares feitos na quinta-feira (21) pelos Estados Unidos na Coreia do Sul e com países se alinhando para bombardear a economia de Pyongyang.
Os três maiores alvos das ameaças do ditador Kim Jon-un se reuniram na quinta. Os presidentes dos Estados Unidos, da Coreia do Sul e o primeiro-ministro do Japão almoçaram juntos. Trump anunciou que os Estados Unidos vão bloquear bens de empresas, instituições financeiras ou pessoas que tenham negócios com a Coreia do Norte. Trump afirmou que ou elas fazem negócios com os Estados Unidos ou com a Coreia do Norte.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, subiu o tom e aproximou seu discurso ao de Trump. Abe disse que o diálogo agora não tem mais efeito, que é preciso fazer uma forte pressão contra a Coreia do Norte. Até o presidente sul-coreano mudou o tom. Mais cedo na ONU, Moon Jae in havia feito um chamado ao diálogo. Em uma crítica velada ao discurso bélico de Trump, ele disse que a situação tem que ser tratada de forma estável para que não aconteça um conflito militar acidental que acabe com a paz. Mas no encontro com Trump, acabou elogiando o discurso do americano, dizendo que a mensagem foi forte e que isso pode mudar a Coreia do Norte.
Uma medida mais dura ainda contra a Coreia do Norte pode estar vindo da China. O presidente americano disse que o Banco Central chinês vai pedir aos bancos do país que não façam mais negócios com os norte-coreanos. A China é a maior parceira comercial do regime de Pyongyang.