Quem se aposenta pelo teto do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) pode ter perda de até 30% no valor do benefício. A diferença, que normalmente causa estranhamento quando descoberta, se deve à forma com que a Previdência calcula a média atualizada das contribuições. O valor das perdas varia com a idade e o tempo de contribuição, conforme projeções feitas pela especialista em atuária Marília Vieira de Castro.
No caso de aposentadoria concedida em outubro, por exemplo, o segurado de 60 anos, com 40 de contribuição, pode no máximo receber 4.615 reais, embora o teto do INSS seja de 4.663,75 reais. As perdas ocorrem antes da aplicação do fator previdenciário, que pode encolher o valor recebido. A redução é ainda maior para aposentados que contribuíram por menos tempo para o INSS. Para um trabalhador de 55 anos, com pagamentos ao longo de 35, o benefício chega a 3.231 reais.
Cálculo
O cálculo considera a média dos salários mensais corrigidos desde julho de 1994, excluindo-se os 20% mais baixos. A correção é feita pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna até dezembro de 2003, e, a partir de então, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor. A média corrigida dos salários de contribuição nunca chega ao benefício máximo porque, desde 1994, o teto foi elevado algumas vezes de forma abrupta.