Ícone do site Jornal O Sul

Corrida por vacina tem 100 candidatas, oito mais adiantadas

Especialistas alertaram que o desenvolvimento de uma vacina pode ser demorado ou não ocorrer. (Foto: Reprodução)

Com mais de 4 milhões de casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus no mundo e mais de 270 mil mortos, a corrida para o desenvolvimento de uma vacina tem se intensificado. Mais de cem candidatas estão sendo testadas em vários países, de acordo com o último balanço da OMS (Organização Mundial de Saúde), e oito delas entraram na etapa que envolve humanos.

Em geral as vacinas levam em média dez anos para serem produzidas. A mais rápida foi a da caxumba, que demandou quatro anos, nos anos 1960. O desenvolvimento de novas tecnologias acelerou o processo, e a expectativa atual é que se tenha um produto no ano que vem. Na semana passada, o otimismo cresceu com o anúncio de resultados de uma vacina em desenvolvimento na Universidade de Oxford. Ela é uma das que está em teste clínico e se estimou que pode estar pronta até o fim deste ano.

Logo que o Sars-CoV-2 surgiu na China, no fim do ano passado, os pesquisadores de Oxford aproveitaram a plataforma que eles tinham criado para a Mers para testá-la em macacos rhesus e os resultados foram muito promissores. Com uma dose da vacina, conseguiram imunizar 18 animais. O resultado foi publicado no dia 1.º na Science Advances.

Para fazer esta vacina, usou-se como vetor um adenovírus (que causa resfriado comum) inativo, no qual se introduziu uma proteína do Mers-CoV, capaz de fazer o corpo produzir anticorpos contra o vírus. Agora, cientistas usaram a mesma plataforma, mas com uma proteína do Sars-CoV-2. Como eles já haviam provado anteriormente que ela era segura para humanos, foi possível saltar para a segunda etapa, de eficácia. Eles juntaram as duas fases em uma só e, agora, preveem começar testes em 6 mil pessoas até o fim do mês.

Segundo os especialistas, é importante testar várias estratégias porque ainda não se sabe quais vão funcionar e não se deve apostar as fichas em uma só. No Brasil, uma linha de pesquisa envolvendo parceria da Fiocruz com UFMG e Butantã, tenta fazer uma vacina contra o Sars-CoV-2 usando como vetor um influenza atenuado.

Essa é uma preocupação em todo o mundo: antes de ter uma vacina pronta, empresas e governos se antecipam para ter formas de produzir bilhões de doses para atender a população. A Moderna, por exemplo, já fez uma parceria com a Johnson & Johnson, e a farmacêutica AstraZeneca está trabalhando com os pesquisadores de Oxford. As informações são do jornal Estado de S. Paulo.

Sair da versão mobile