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CPI da Covid quer antecipar novo depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para falar de risco da terceira onda de coronavírus no País

Barroso entendeu que não é possível avaliar conduta de Bolsonaro porque atribuição para operacionalizar vacinação é do ministro da Saúde. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Apelidado de G7, o grupo de senadores independentes e de oposição que integram a CPI da Covid decidiu, em reunião neste domingo (30), antecipar a reconvocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Inicialmente, o plano era ouvi-lo apenas após a comissão obter mais informações que municiassem a nova oitiva, mas a possibilidade de uma terceira onda de infecções e recorrentes participações do presidente Jair Boslonaro em atos com aglomeração mudaram o planejamento.

“Como Bolsonaro aglomera, e o governo não apresenta novidade no combate à pandemia para evitar a terceira onda, decidimos antecipar o novo depoimento do Queiroga para o mês de junho, em vez de esperar um pouco mais”, disse  o senador Humberto Costa (PT-PE), afirmando que o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), ficou de definir a data exata.

A medida é endossada por Otto Alencar (PSD-BA).

“Queiroga é contra as aglomerações, mas o presidente aglomera todo fim de semana, inclusive em encontro de motos neste fim de semana. O presidente não usa máscara, tem postura negacionista em relação às vacinas. Penso que Queiroga está na mesma situação dos ex-ministros Teich e Mandetta, que queriam uma coisa, mas o presidente fazia outra”, disse.

Queiroga chegou a depor à CPI em maio, mas suas respostas foram consideradas evasivas por parte dos integrantes da comissão.

A convocação de Bolsonaro, que chegou a ser pleiteada pelo vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), está praticamente descartada. Mesmo senadores de oposição como o petista Humberto Costa afirmam que não há base legal para que a comissão convoque o presidente da República.

Sobre a atuação da CPI na investigação de irregularidades cometidas por governadores, o presidente da comissão, Omar Aziz, afirmou na reunião deste domingo que pretende aguardar a posição do Supremo Tribunal Federal (STF) para saber até que ponto a CPI poderá aprofundar esse tipo de apuração. A posição de aguardar o Supremo foi aceita como consenso pelo “G7”. Por ora, contudo, o depoimento do ex-secretário de Saúde do Amazonas está mantido, pois já fazia parte do escopo inicial da CPI, com a crise de abastecimento de oxigênio no estado.

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