Uma bobeada da base aliada permitiu que a oposição na CPI do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovasse o que parecia impossível: a convocação de José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O empresário foi citado por Fernando Soares, o Baiano, em delação premiada, que disse que ele lhe havia pedido 2 milhões de reais para ajudar uma nora do petista – que nega.
Além disso, Bumlai obteve 105 milhões de reais de empréstimo do banco de fomento para uma de suas empresas, cujo pedido de falência havia sido requerido meses antes. A transação financeira se deu de forma indireta, na qual o BNDES repassa recursos para agentes financeiros parceiros; esse pedido de falência foi negado pelo juiz de Dourados (MS).
Na semana passada, a oposição tentou aprovar o requerimento. A discussão sobre o assunto já estava em andamento, mas a convocação acabou não sendo votada porque teve início a ordem do dia, o que impede a deliberação de qualquer assunto nas comissões. O requerimento não estava na pauta dessa quinta-feira. A oposição e o governo federal haviam feito um acordo para que fosse convocado o ex-secretário do Tesouro Nacional Arno Agostin.
Na visão dos governistas, o comparecimento de Agostin serviria para tratar de questões técnicas, enquanto Bumlai seria explorado politicamente em razão de sua proximidade com Lula. Agostin é acusado de fazer as pedaladas fiscais do governo que levaram o TCU (Tribunal de Contas da União) a sugerir a rejeição das contas da presidenta Dilma Rousseff do ano passado.
A sessão da CPI foi aberta com baixo quórum, embora com número suficiente para deliberações. (AG)