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Aperta o cerco a quem não consegue pagar carro financiado

Desemprego está diretamente relacionado à maior dificuldade para quitar as dívidas. (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

Com o agravamento da crise econômica, empresas que atuam na recuperação de crédito reduziram prazos para cobrar consumidores em atraso e aumentaram em até 28% a retomada de veículos por inadimplência neste ano. O pedido para “apertar” a cobrança foi feito por bancos e instituições financeiras que concedem financiamentos para veículos. Elas tentam evitar que os devedores de 15 a 90 dias de atraso se tornem inadimplentes (acima de três meses).

O aumento do desemprego está diretamente relacionado à maior dificuldade para quitar dívidas. “O consumidor também está fazendo um ajuste. Se ele perde o emprego e tem renda menor, prioriza o que vai conseguir pagar”, diz o economista-chefe de uma associação que reúne instituições de crédito e financeiras, Nicola Tingas.

Justiça
Além de a retomada de veículos ser 12% superior neste ano, na Sotopietra, que presta serviços para a recuperação de carros, o tempo para acionar o devedor na Justiça passou de entre 120 e 90 dias para de 90 a 60. O tempo para cobrar os devedores com atrasos menores também caiu de 30 para cinco dias, dizem as empresas. Mas, em momentos de crise, os consumidores também podem se beneficiar de renegociações da dívida, avalia Claudio Kawasaki, presidente de uma empresa que atua na recuperação de créditos.

No Banco Volkswagen, os atrasos de 30 dias no pagamento cresceram 10% entre as pessoas físicas e 36% entre as jurídicas na comparação do primeiro semestre de 2015 e 2014. Os de 90 dias, 3% e 35%, respectivamente. “A inadimplência atinge primeiro as empresas e, cerca de seis meses depois, as pessoas”, diz o gerente de operações, Issaia Abbud.

Renegociação
Antes de entregar o veículo, o consumidor que estiver sendo cobrado deve conferir juros, multas e taxas do contrato e buscar renegociar suas dívidas para evitar perder o valor já pago. “Os bancos e as financeiras têm muito mais interesse em renegociar a dívida do que receber de volta o carro já usado e desvalorizado. Há espaço para negociar”, explica a coordenadora de atendimento da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo, Renata Reis. A especialista ressalta ainda que os inadimplentes têm de ter seus direitos respeitados.

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