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Cresce calote de empresas brasileiras

O aumento na inadimplência refletiu o elevado custo de financiamento, com as empresas pagando juros na casa dos 20% ao ano, e comprometimento maior do caixa com as dívidas. (Foto: Folha Imagem)

Uma tempestade perfeita de eventos econômicos lançou as empresas brasileiras no que um diretor da agência de classificação de risco Fitch chamou de maior crise de geração de caixa em pelo menos uma década. Segundo a avaliação da firma de classificação de risco, estrangula a saúde financeira das companhias a combinação de pouca demanda, desemprego, inflação e juros elevados, real e commodities enfraquecidos e retração no crédito.

Com isso, o Brasil encabeçou a lista de calotes de títulos internacionais na América Latina. Em 2014, três empresas da região entraram em default, sendo duas brasileiras. Este ano, foram sete calotes de firmas brasileiras entre oito defaults na região, em um total de 4,5 bilhões de dólares em dívidas.

Inadimplência
O aumento na inadimplência refletiu o elevado custo de financiamento, com as empresas pagando juros na casa dos 20% ao ano, e comprometimento maior do caixa com as dívidas. Para 2016, a expectativa é de um novo aumento no número de calotes.

“É um verdadeiro pesadelo. Há um forte enfraquecimento na geração de caixa operacional das companhias. Olhando-se para os ratings das empresas, o que deve acontecer é um número assustador de downgrades”, afirmou diretor-sênior da Fitch Ricardo Carvalho. “Em 2016, a linha referente às despesas nos balanços terá uma pressão ainda maior.”

A agência estimou que um terço das companhias brasileiras que ela monitora já gasta mais de metade de sua geração de caixa com o serviço da dívida, contra 24% no fim de 2013. Entre as empresas em situação mais crítica estão America Latina Logística (ALL), GOL, CSN, Eletrobras e Oi. (AG)

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