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Criação de incentivos fiscais em 2026 será ilegal em caso de déficit em 2025, diz presidente do Tribunal de Contas da União

Governo Lula tenta afastar regra do arcabouço fiscal para aumentar os gastos com pessoal e benefícios tributários em ano eleitoral. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo Filho, afirmou que a criação de novos incentivos fiscais e o aumento de renúncias de receitas em 2026 serão ilegais diante do déficit nas contas públicas que deve ocorrer neste ano.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta afastar uma regra do arcabouço fiscal para aumentar os gastos com pessoal e benefícios tributários em 2026, ano eleitoral.

Uma mudança no arcabouço feita em 2024 proíbe a ampliação dessas despesas caso a União tenha déficit a partir 2025 — o que deve ocorrer. A equipe econômica projeta que haverá um resultado negativo em R$ 73,5 bilhões nas contas públicas neste ano.

Em entrevista ao canal CNN Money, Vital do Rêgo Filho reforçou o entendimento do TCU sobre as consequências da lei, que proibiria a concessão de novos benefícios fiscais, como o Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter (Redata) e a política nacional de minerais críticos, defendidos pelo governo.

“É ilegal. Essa lei complementar foi criada exatamente em cima do meu relatório (de análise das contas presidenciais de 2023). O meu relatório previu que, no momento em que houver déficit, no ano seguinte não pode haver nenhum tipo de renúncia, nem criação de novas renúncias nem manutenção dessas.”

O Executivo entende que a proibição do arcabouço só valeria para 2027, mas esse não é o entendimento do TCU e das consultorias de Orçamento do Congresso, que veem impactos em 2026 e afirmam que o governo não poderia mudar a regra via Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), como tenta fazer.

(Com informações do O Estado de S.Paulo)

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