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Criminosos inundam o Instagram e o Facebook com anúncios falsos

Funcionários atuais e antigos dizem que a Meta reluta em adicionar regras na compra de anúncios, o que impulsionou um aumento de 22% em seus negócios de publicidade no ano passado, para mais de US$ 160 bilhões. (Foto: Reprodução)

A Meta Platforms, empresa controladora do Facebook e do Instagram, é cada vez mais um pilar da economia de fraudes na internet, de acordo com reguladores, bancos e documentos internos analisados ​​pelo The Wall Street Journal.

A empresa foi responsável por quase metade de todos os golpes relatados no meio de pagamento Zelle entre os verões de 2023 e 2024, de acordo com uma pessoa familiarizada com o serviço. A plataforma de pagamento é de propriedade de vários gigantes bancários, incluindo o JPMorgan e o Wells Fargo.

Reguladores britânicos e australianos encontraram níveis semelhantes de fraude originada nas plataformas do Meta. Uma análise interna de 2022, descrita em documentos da empresa, também constatou que 70% dos anunciantes recém-ativos na plataforma estão promovendo golpes, produtos ilícitos ou produtos de “baixa qualidade”.

Com mais de 3 bilhões de usuários diários nas plataformas da Meta, a fraude não é um fenômeno novo para a empresa. Mas, impulsionada pela ascensão das criptomoedas, da IA ​​generativa e de vastas redes criminosas internacionais baseadas no Sudeste Asiático, a imensidão do problema de fraudes da Meta está crescendo e tem sido regularmente sinalizada por funcionários nos últimos anos.

Funcionários atuais e antigos dizem que a Meta reluta em adicionar regras na compra de anúncios, o que impulsionou um aumento de 22% em seus negócios de publicidade no ano passado, para mais de US$ 160 bilhões.

Mesmo depois que os usuários demonstram um histórico de golpes de determinados perfis, a Meta se recusa a removê-los. Um documento do final de 2024 analisado pelo WSJ mostra que a empresa permite que os anunciantes acumulem entre oito e 32 “avisos” automatizados por fraude financeira antes de banir suas contas.

Agravando o problema está o marketplace, seu mercado online de anúncios de segunda mão que se tornou um campo de caça para os golpistas.

Procurada, a empresa disse que está testando o uso da tecnologia de reconhecimento facial, adicionando avisos aos usuários em suas plataformas e construindo parcerias com bancos e empresas de tecnologia.

A Meta também argumentou em um tribunal federal dos EUA que não tem responsabilidade legal para lidar com a questão.

Documentos analisados ​​pelo WSJ mostram que a Meta tem diminuído a fiscalização de golpes nos últimos anos, enfatizando a prevenção de remoções errôneas de anúncios em detrimento de questões de segurança. A empresa também vem cortando custos e redirecionando recursos para outras questões na reorganização.

A empresa abandonou os planos para requisitos de verificação de anunciantes semelhantes aos que exige para anúncios políticos, dizem pessoas familiarizadas com o assunto. Isso porque a companhia geralmente trata os golpes como um problema de experiência do usuário de “baixa gravidade”, em vez de uma ameaça significativa a pessoas vulneráveis ​​ou um vetor para o crime internacional organizado.

Em nota, um porta-voz da Meta afirmou que os documentos vistos são antigos e que a empresa vem intensificando seus investimentos em ações antifraude desde o segundo semestre de 2022. Ele afirmou que a empresa derrubou mais de 2 milhões de contas vinculadas a operações de fraude organizada no ano passado. Das contas de anunciantes desativadas, afirmou ele, quase 70% foram descobertas dentro de uma semana após sua criação.

A Meta argumentou que não tem obrigação de exigir que anunciantes de investimentos verifiquem suas identidades ou demonstrem que estão licenciados para vender tais produtos. As informações são do portal Valor Econômico.

 

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