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Crise se agrava e reduz margem de manobra que Dilma tem para reagir

TCU se prepara para julgar contas de Dilma. (Foto: Joel Rodrigues/Folhapress)

A crise que a presidenta Dilma Rousseff enfrenta desde sua reeleição, no ano passado, se aprofundou nos últimos dias, reduzindo sua margem de manobra e abrindo espaço para as principais forças políticas discutirem o que fazer na hipótese de ela deixar o cargo ou ser afastada sem concluir o mandato.

Revelações de Ricardo Pessoa, dono da empreiteira  UTC e delator da Operação Lava-Jato, que disse ter distribuído propina e feito doações eleitorais em troca de vantagens na Petrobras, lançaram suspeitas sobre o financiamento da campanha de Dilma e animaram a oposição a voltar a falar em impeachment.

O Tribunal Superior Eleitoral, que conduz uma investigação sobre a campanha de reeleição, chamou o empreiteiro para depor. Paralelamente, o TCU (Tribunal de Contas da União) se prepara para retomar em breve o julgamento das contas do governo Dilma do ano passado – a rejeição do balanço abriria caminho para a presidenta ser afastada do cargo e processada.

Controlado pelo PMDB, o Congresso impôs uma derrota humilhante ao Planalto na semana passada, com a aprovação de um reajuste salarial para funcionários do Judiciário que põe em risco as finanças do governo. O vice-presidente Michel Temer (PMDB) ameaçou deixar a articulação política do Planalto no dia seguinte.
O pessimismo sobre os rumos da economia cresceu, e analistas e investidores não vêem perspectiva de recuperação tão cedo. Segundo eles, o ajuste promovido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, é insuficiente para restabelecer o equilíbrio do Orçamento.

Maior sigla da oposição, o PSDB realizou uma exibição de força ontem durante a convenção nacional do partido, que  reconduziu à presidência da sigla o senador Aécio Neves (MG), o rival derrotado por Dilma na eleição. Do lado do governo, os petistas buscam com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma estratégia para reagir.

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