Pressionado pelas pesquisas que apontam baixa aprovação ao governo Lula, o PT vai às urnas no próximo domingo para eleger seu novo presidente.
Dos quatro postulantes ao cargo, três cobram mudanças no Planalto e na política de alianças para 2026. A exceção é o favorito Edinho Silva, que atribui os problemas de Lula à polarização política e ao avanço do Congresso sobre o Orçamento.
“O maior patrimônio do PT é o governo Lula. Se não fosse ele, o partido não teria superado as crises que viveu. O PT tem que ter posição, tem que disputar os rumos da coalizão. Mas não defender o governo Lula é um imenso erro”, afirma o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social.
Três vezes presidente do PT, Rui Falcão diz que deseja voltar ao cargo para resgatar os “princípios fundadores” do partido e garantir sua independência em relação ao governo.
“O partido deve apoiar e dar sustentação política. Mas, para ser forte, precisa ter direito de criticar quando acha que o rumo não está bom. Essa divisão de papéis tem que ficar muito clara, se não o PT vira puxadinho do governo, o que nunca foi”, afirma o deputado.
Candidato mais à esquerda no partido, Valter Pomar se apresenta como opção de ruptura com a política atual.
“O PT está numa encruzilhada. Edinho representa a manutenção da política atual, de conciliação com o modelo primário-exportador e com o capital financeiro. Eu represento a mudança. A política atual já nos levou a uma derrota em 2024, na eleição municipal. Mantê-la vai nos levar a outra derrota em 2026”, diz o historiador.
Romênio Pereira, da corrente Movimento PT, também defende uma atitude mais crítica em relação ao Planalto.
“Nossa bancada tem que votar 100% com o governo, mas o partido precisa ter liberdade para conversar e dizer que é preciso mudar. Sem mudar, vai ser difícil alcançar uma nova vitória em 2026”, afirma.
Avaliação positiva de Lula é de 23,9%, menor índice do mandato
O índice de eleitores que consideram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como ótimo ou bom é de 23,9%, o menor percentual desde o início do governo, em janeiro de 2023, segundo pesquisa Futura/Apex divulgada nesta sexta-feira (28).
Além disso, 51,1% classificam o mandatário como ruim ou péssimo, enquanto 24,2% o consideram regular.
Foram ouvidas 2.000 pessoas remotamente entre os dias 12 e 13 de junho. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. As informações são dos portais O Globo e CNN.