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Cuba critica a pressão feita pelos Estados Unidos para mudar o sistema político, econômico e social na ilha

"Os EUA não estão em condições de nos dar lições", disse o governo de Cuba. (Foto: Reprodução)

O governo cubano criticou a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tentar rever o acordo assinado com o país pelo seu antecessor, Barack Obama, em comunicado divulgado na sexta-feira (16). Cuba afirmou que qualquer estratégia para mudar o sistema na ilha está “condenada ao fracasso” e que os Estados Unidos não estão em condições de dar lições sobre direitos humanos, mas disse que o país pretende seguir dialogando com o vizinho.

A declaração foi difundida simultaneamente pelo regime comandado por Raúl Castro em todos os veículos de comunicação estatais. “Qualquer estratégia voltada para mudar o sistema político, econômico e social em Cuba, que pretenda alcançar através de pressões e imposições – ou empregando métodos mais sutis –, estará condenada ao fracasso”, diz o texto veiculado como primeira reação cubano ao posicionamento de Washington.

Trump anunciou que “cancelará” o acordo de reaproximação entre Washington e Havana feito por Barack Obama no ano de 2014. O presidente norte-americano não explicou exatamente quais seriam as mudanças em sua fala, mas algumas das medidas implementadas pela administração anterior devem ser mantidas.

O texto sustenta que as alterações que sejam necessárias para Cuba, como as que estão sendo realizadas agora, como parte do processo de atualização do modelo econômico e socialista na ilha, “seguirão sendo decididas soberanamente” pelo povo cubano.

“Assumiremos qualquer risco e continuaremos firmes e seguros na construção de uma nação soberana, independente, socialista, democrática, próspera e sustentável”, afirmou o governo.

A declaração diz que Trump esteve, mais uma vez, “mal assessorado” ao tomar decisões que favorecem os interesses políticos de uma “minoria extremista” de origem cubana, residente no Estado norte-americano da Flórida – que, por “motivações mesquinhas”, não desiste da pretensão de castigar Cuba e a sua população.

Na questão dos direitos humanos, Cuba disse rejeitar a “manipulação com fins políticos”, afirmando que os cidadãos do país “desfrutam de direitos e liberdades fundamentais”, como acesso à saúde, à educação, à previdência social, a salários iguais, a direitos das crianças, à alimentação, à paz e ao desenvolvimento.

“Os EUA não estão em condições de nos dar lições”, diz o texto, que destaca o grande número de casos de assassinatos, abusos policiais e discriminação racial nos Estados Unidos. Apesar das críticas, Cuba garante estar disposta a continuar um diálogo respeitoso, além da cooperação em temas de interesse mútuo e da negociação de assuntos bilaterais “pendentes” com o governo norte-americano, mas não a realizar concessões que possam vir a ferir sua soberania e sua independência. (AG)

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