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Cunha usou o mesmo banco que os ex-diretores da Petrobras na Suíça

A atual equipe que trabalha para Cunha (foto) pediu um parecer ao ex-ministro do STF Francisco Rezek sobre o funcionamento de trustes (Foto: Andre Coelho/AG)

O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) usou o mesmo banco que foi utilizado pelos ex-diretores da Petrobras para desviar milhões de dólares em propinas. Fontes próximas à investigação confirmaram que a instituição usada por Cunha foi o Julius Baer, que também teve como clientes o ex-gerente Executivo de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco, além de Renato Duque e Jorge Zelada. Em Berna (Suíça), fontes confirmaram que o banco Julius Baer está colaborando e que foi do banco que veio em abril um informe apontando para suspeitas de lavagem de dinheiro. Oficialmente, a instituição se recusa a comentar o caso.

Um dos fatores que criou surpresa entre os gerentes das contas foi a diferença entre a renda de Cunha e os valores movimentados. O valor congelado teria sido de 2,4 milhões de dólares. O Ministério Público da Suíça não comentou a informação. Pessoas próximas ao processo também indicaram que as contas chegaram a ter perto de 5 milhões de dólares e a suspeita em Brasília é de que Cunha possa ter outras contas no exterior.

Investigadores, porém, apontaram que o esquema usado por Cunha se assemelha ao de outros envolvidos na Lava-Jato. Quem também era cliente do Julius Baer era o ex-gerente Executivo de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco. Em março de 2014, suas contas foram bloqueadas. Barusco, assim como Cunha, criou empresas off shore para tentar esconder o dinheiro. Em 2013, Barusco abriu uma conta em nome de uma empresa de fachada no banco RBC da Suíça e transferiu do Julius Baer cerca de 7,1 milhões de dólares. No caso de Cunha, ele abriu empresas de fachada e aparecia apenas como beneficiário de depósitos.
Barusco ainda indicou que, para a abertura das contas na Suíça, utilizou os serviços do mesmo intermediário que ajudou Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras e que tem 23 milhões de dólares bloqueados nos bancos suíços. O intermediário era Bernardo Friburghaus, do Rio de Janeiro, que desde a eclosão da operação se mudou para Genebra.

Os ex-diretores da petroleira Renato Duque e Jorge Zelada também contrataram o banco Julius Baer para investir propina recebida de fornecedores da Petrobras em Mônaco e na Suíça. (AE)

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