O jogador brasileiro Daniel Alves, 39 anos, entrou em contradição durante os depoimentos que prestou às autoridades da Espanha no âmbito da investigação de suposto estupro contra uma cidadã de 23 anos no país europeu. Preso preventivamente desde a sexta-feira (20) e sem direito à fiança, ele nega que tenha cometido o crime, mas já apresentou três versões diferentes sobre o caso.
De acordo com informações do jornal “El País” e de outros veículos, o lateral-direito apresentou relatos que chamaram a atenção dos investigadores por conta de discrepâncias sobre o incidente, registrado no final de dezembro:
– Primeiro, Alves tinha negado a relação sexual e qualquer encontro com a jovem. Ele afirmou isso em um vídeo enviado ao canal espanhol “Antena 3” há duas semanas, quando as acusações se tornaram públicas.
– Depois, em depoimento à juíza que investiga o caso, ele teria dito que estava no banheiro da boate de luxo “Sutton” quando a mulher entrou, mas que não teve contato algum com ela e que ficou parado, sem saber o que fazer.
– Por fim, acabou admitindo ter feito sexo com a suposta vítima, mas garantiu que as relações foram consensuais. Conforme fontes da Justiça de Barcelona ouvidas pela imprensa local, Alves relatou que a mulher se lançou em direção a ele no banheiro para fazer sexo oral. Ele também que ele não tinha dito nada até então sobre isso, “para proteger” a mulher em questão.
Essas contradições e o fato do lateral não ter um endereço conhecido na Espanha, bem como o Brasil não ter um acordo de extradição com o país, teriam motivado a prisão de Daniel Alves. Além disso, a acusação afirmou que, por causa do seu patrimônio, o jogador poderia até alugar ou comprar um avião particular e sair da Espanha sem a necessidade de mostrar o seu passaporte.
O que diz a mulher
No dia em que o jogador foi preso, o jornal catalão “La Vanguardia” revelou que a suposta vítima também havia prestado depoimento, reiterando a versão de estupro. No sábado (21), ela – que teve a sua identidade preservada até agora – garantiu que não tem qualquer interesse em receber indenização financeira se o jogador seja condenado.
De acordo com a juíza responsável pelo caso, a vítima abriu mão do direito a ser indenizada pelas lesões e danos morais sofridos, porque espera que seja feita justiça e que o atleta pague com prisão pelo ocorrido. Além disso, no depoimento de sexta-feira a mulher deu sua versão do episódio:
“A denunciante disse que, por volta das 2h da manhã, foi com duas amigas à boate Sutton e foi convidada por amigos para entrar na área vip. Lá estava o jogador, que teria inicialmente paquerado de forma inconveniente a suposta vítima e outras mulheres. Por volta das 4h, ela foi até o banheiro e o jogador foi atrás dela. Ele falava coisas em português que não conseguia entender. A vítima disse que Alves agarrou com força a mão dela e a colocou sobre seu pênis. Após isso, ela tentou sair de lá, mas foi impedida pelo jogador. Alves teria sentado em um vaso sanitário e a obrigado a sentar em seu colo. Ao resistir, ele a teria jogado no chão e a forçado a fazer sexo oral nele. Como ela reagiu novamente, Alves bateu nela, a levantou do chão e a penetrou com força até ejacular. Depois, o jogador teria dito para ela ficar ali, que ele iria sair primeiro do banheiro.
O jornal espanhol “El Periódico” noticiou que, segundo fontes, imagens de câmeras de segurança comprovam que Daniel Alves permaneceu por 15 minutos dentro do banheiro com a suposta vítima, contrariando a versão inicial do jogador. A reportagem do jornal “El País” reproduz informação de que, pelo relato, o suposto estupro foi muito violento e durou cerca de 15 minutos.
Em seguida ao ocorrido, a mulher se queixou com funcionários da boate, que chamaram a polícia. Quando os agentes de segurança pública chegaram ao local, o brasileiro já tinha ido embora. Mas no banheiro teriam sido encontrados restos de sêmen e, dias depois, um relatório médico compravaria que a vítima tinha marcas de violência compatíveis com estupro.
