Danielle Winits trabalha no primeiro monólogo da sua carreira. “Choque: procurando sinais de vida inteligente” fica em cartaz até este domingo (2) no Teatro Copacabana Palace. Na peça, dirigida por Gerald Thomas, a atriz interpreta Trudy, uma ex-consultora criativa que abandona o mundo corporativo e se torna catadora de lixo. Em meio a seus devaneios, o espetáculo aborda temas como capitalismo, redes sociais e fome.
“E a pergunta principal é: Essa mulher enlouqueceu ou ela está sã e o mundo todo que enlouqueceu? É uma comédia ou um drama? Essa mulher enlouquecida é engraçada ou é triste? E tenho certeza que a história causa reflexão no público que a assiste. E acho que é essa a função do teatro”, conta a atriz, que também está no elenco do longa “Querido mundo”, de Miguel Falabella, exibido no Festival do Rio de Janeiro.
Para marcar este novo capítulo em sua carreira, a atriz optou por mudar o visual e se despedir das longas madeixas que a acompanhavam há um tempo. “Eu estava sentindo que o meu cabelo poderia ser uma gordura, queria estar liberta do cabelão e não queria usar peruca. E estou amando. Não queria ter que ficar pensando nele, queria focar apenas no trabalho”, explica.
A atriz comenta que mantém uma vida disciplinada para estar bem no palco. Conta nos dedos as vezes em que tomou álcool recentemente e procura se alimentar de forma saudável, além de praticar aulas de dança, que a acompanham desde o início da profissão.
“Não há como não ser regrada. Quem faz teatro sabe que não existe atalho. Não dá para acordar de ressaca e ir ensaiar, jamais. Eu preciso estar sã, e a minha sanidade é a minha liberdade. Gosto de acordar cedo, estar em contato com a natureza, ver um filme e ler. O André também é um leitor voraz, então nós ficamos bastante em casa”, diz, referindo-se ao marido, o ator André Gonçalves, com quem está há oito anos.
Aos 51 anos, a atriz diz que evita a palavra envelhecimento e prefere falar em “maturação”. “O tempo traz uma serenidade no sentido de estabelecermos uma relação equilibrada com as nossas escolhas, de termos confiança naquilo que fazemos. E eu tenho uma confiança em mim e no trabalho que apresento, porque é uma bagagem que trago de muitos anos.”
Com relação ao espelho, a atriz revela estar em paz consigo mesma. “A mulher de 20 anos que eu fui ficou para trás. É uma libertação também, é fantástico. É óbvio que cuido de mim, mas quero me preocupar com outras coisas. O meu foco é a minha saúde e o meu bem-estar, não o olhar do outro. Isso de atender às expectativas alheias ficou para trás.” As informações são do jornal O Globo.
