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Datafolha: 67% acham que Bolsonaro, inelegível, deveria abrir mão de candidatura

Do outro lado, 29% afirmam que Bolsonaro deveria manter a campanha para o Palácio do Planalto no ano seguinte. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Em meio ao cerco judicial que Jair Bolsonaro (PL) enfrenta, são 67% os que dizem que o ex-presidente, inelegível até 2030, deveria abrir mão de uma candidatura à Presidência em 2026, segundo pesquisa Datafolha.

Do outro lado, 29% afirmam que Bolsonaro deveria manter a campanha para o Palácio do Planalto no ano seguinte, e 4% afirmam não saber ou não responderam à questão.

O Datafolha ouviu presencialmente 2.004 eleitores com 16 anos ou mais em 136 cidades brasileiras entre a terça-feira (10) e a quarta-feira (11). A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O ex-mandatário segue insistindo em uma candidatura mesmo estando inelegível até 2030 em razão de condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

As decisões da corte eleitoral tratam de uma reunião com embaixadores em que Bolsonaro difundiu afirmações há muito negadas sobre a segurança da urna eletrônica e do uso político do desfile de 7 de Setembro de 2022. Fora da seara eleitoral, Bolsonaro é réu na trama golpista para impedir a posse de Lula (PT) em 2022, e, se condenado, pode ficar fora das urnas por ainda mais tempo: ele ficaria impedido de concorrer a cargos públicos pelo tempo que durar a pena, mais oito anos após o cumprimento de sentença.

Mesmo assim, o ex-presidente pode utilizar da mesma estratégia que o próprio Lula usou em 2018, ocasião em que foi preso por sentença da ação do tríplex em Guarujá, da Operação Lava Jato. O petista registrou candidatura na Justiça Eleitoral, que foi negada com base na Lei da Ficha Limpa.

Diante da negativa, passou a cabeça de chapa a Fernando Haddad (PT) e, sob o slogan “Haddad é Lula”, transferiu votos ao agora ministro da Fazenda, mesmo que tardiamente.

Bolsonaro também não deu indícios de quem apoiará, caso siga inelegível. Tampouco outros cotados, como Tarcísio de Freitas (Republicanos), falam abertamente em tentar a chefia do Executivo federal no ano que vem. Por enquanto, a tática é reafirmar o ex-presidente como postulante natural.

Entre os grupos que mais apoiam uma candidatura do capitão reformado do Exército estão aqueles na faixa de renda entre cinco e dez salários mínimos (42%), evangélicos (40%) e moradores do Sul (37%). Já entre que mais rejeitam uma candidatura de Bolsonaro estão os menos escolarizados e os nordestinos (73% cada), os mais pobres (72%), as mulheres e os mais jovens (ambos com 70%). As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

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