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De dentro do presídio, goleiro Bruno diz que vai voltar a jogar futebol em 2018

Com a progressão por dias trabalhados, a liberdade poderá ser respirada daqui a dois anos, segundo o goleiro. (Crédito: Reprodução)

Após cinco anos e nove meses preso, o ex-goleiro Bruno resolveu  falar sobre a vida no cárcere, prometeu escrever um livro e diz que está se preparando para retorno ao futebol em 2018. Bruno cumpre pena de 22 anos e três meses pela morte de Eliza Samúdio em 2010.

Com a progressão por dias trabalhados, a liberdade poderá ser respirada já em 2018, segundo seus cálculos. Bruno está sem advogado no momento, mas juristas atestaram ser possível.

Do sistema de presídio comum, onde passou cinco anos entre as penitenciárias Nelson Hungria e Francisco Sá, sobraram traumas e lembranças ruins. Tentativa de suicídio, uma facada que deixou marca e depressão tratada com remédios. Agora, foco no trabalho, nos cursos e nos treinamentos na Apac (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado), uma ONG que administra prisões e trabalha em conjunto com diversos estados e os respectivos tribunais de justiça buscando “a humanização no cumprimento das penas privativas de liberdade”.

“Reconheço que eu tenho que pagar a minha dívida com a Justiça. Tudo que aconteceu vai servir de experiência. Eu vou voltar. Chega de sofrer, sabe? Eu sofri muito e fiz muitas pessoas sofrerem”, comenta.

Apac

O método da ONG tem inúmeros elementos, mas principalmente a confiança no detento, que passa a ser tratado pelo nome, usa crachá, não enverga uniformes da secretaria penitenciária e não passa pelas privações e lotações do sistema comum.

Dados da Secretaria de Estado de Defesa Social apontam que os presos da Apac, chamados de recuperandos, custam ao estado um terço dos presos do sistema comum. Isso ocorre porque os próprios detentos cuidam da alimentação, limpeza e todos os demais afazeres da cadeia. São eles que fazem o pão e a comida, a limpeza e a pintura, a manutenção das instalações e cuidam até da portaria, por isso a per capita por condenado é considerada baixa. Além disso, trabalham com artesanato, confecção de tapetes, origami, aulas de violão, coral, diversos cursos profissionalizantes, capacitação à distância e educação em vários níveis com professores voluntários que marcam presença diariamente entre as grades. (AG)

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