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A defesa de Lula quer fazer uma gravação própria da audiência com o juiz Sérgio Moro. O ex-presidente será interrogado pelo juiz na quarta-feira

Lula foi acusado pela força-tarefa da Lava-Jato de receber da OAS suposta propina. (Foto: Reprodução)

Os advogados do ex-presidente Lula pediram ao juiz Sérgio Moro, na última quarta-feira (3), mudanças na forma como são feitos os vídeos das audiências. Eles querem que a câmera registre quem está falando e não fique parada no interrogado. Eles ainda comunicaram que desejam fazer uma gravação própria, com som e imagem.

O ex-presidente é réu na Operação Lava-Jato e será interrogado por Moro na próxima quarta-feira (10), em Curitiba (PR). Lula foi acusado pela força-tarefa da Lava-Jato de receber da OAS suposta propina. Ao denunciar o ex-presidente, a força-tarefa citou três contratos da empresa com a Petrobras.

Na ação penal, o MPF (Ministério Público Federal) diz que, em troca, a construtora entregou ao político um imóvel no Guarujá, litoral paulista. O ex-presidente nega a acusação. “Requer captação de imagens das audiências para registro do que se passa em todo recinto onde ela se realiza e direcionamento da câmera à pessoa que está a fazer uso da palavra, não a deixando repousar exclusiva e fixamente na pessoa do interrogado, mas, sim, promovendo a gravação da íntegra do ato, incluindo, mas não se limitando, todos aqueles que fizerem uso da palavra”, diz trecho da petição apresentada pelos advogados do ex-presidente.

Os advogados afirmaram que alterações no Código Penal de 2008 viabilizaram o registro integral das audiências visando maior fidelidade das informações colhidas. Entretanto, segundo eles, as gravações, como são feitas atualmente, não atendem a esta fidelidade.

Quanto à gravação própria, os advogados argumentam que não existe dispositivo legal que Moro a proíba. “Aliás, se amolda ao princípio constitucional da publicidade, tantas vezes e em outras circunstâncias homenageado por esse conspícuo Juízo.” A defesa acrescenta que a gravação da audiência é uma prerrogativa funcional do advogado. (AG)

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