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Defesa diz que José Dirceu é “bode expiatório” e que prisão é “política”

Advogado disse que não há razão jurídica para prisão preventiva de José Dirceu. (Foto: Helvio Romero/AE)

O advogado Roberto Podval, que defende o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, afirmou em entrevista coletiva na noite de segunda-feira que o petista é um “bode expiatório” da Operação Lava-Jato. Para Podval, a prisão de Dirceu tem “justificativa política”.

Dirceu teve prisão preventiva decretada na manhã de segunda-feira na 17 fase da Operação Lava-Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras. O ex-ministro do governo Lula é suspeito de ter idealizado o esquema de corrupção na estatal e de ter recebido propina para sua empresa de consultoria. “Nós vimos alguns operadores, todos eles com milhões e milhões de dólares no exterior, eles mesmos já falaram, confessaram, entregaram as contas e o dinheiro. Ninguém fala de uma única conta, de uma única movimentação do Zé Dirceu no exterior. Não falam porque não tem. Então, ele, que é o grande responsável, não tem nada parecido com o que foi encontrado durante o processo”, disse Podval.

“Aí é politizar uma questão jurídica e de forma injusta. Estão buscando um bode expiatório. Zé Dirceu é hoje um bode expiatório do processo. Estão tratando o Zé Dirceu como um grande prêmio que se encontrou ali”, completou o advogado.

Para Podval, não há razões jurídicas para que fosse decretada a prisão preventiva do ex-ministro. Segundo o advogado, todos os documentos e contratos de prestação de serviços da empresa de José Dirceu foram entregues “antecipadamente” à Justiça Federal. “É uma prisão que não precisava ter ocorrido. Acho que esse processo é um processo que se divide numa parte jurídica e numa parte política. E aqui não vou partidarizar a parte política. Mas, fato é, juridicamente falando: qualquer aluno de direito sabe que as razões para a prisão preventiva não existem. E a decisão que determina a prisão, para mim, não tem justificativa jurídica. A justificativa colocada parece mais uma justificativa política”, acusou o advogado. (Folhapress)

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