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Defesa do general Braga Netto avalia acareação entre o general e Mauro Cid como positiva

Advogado José Luis Oliveira Lima afirmou que deve fazer novo pedido para anular delação de Cid. (Foto: Divulgação)

A defesa do general Braga Netto, representada pelo advogado José Luis Oliveira Lima, avaliou como positiva a acareação realizada nessa terça-feira (24) entre seu cliente e o tenente-coronel Mauro Cid, delator da ação que apura uma tentativa de golpe de Estado e ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Após a acareação, a defesa também afirmou que teve sua prerrogativa violada, já que o procedimento não foi gravado e ele também não foi autorizado a gravar durante a acareação.

“O ato foi feito, foi produzido um termo e agora vamos aguardar o andamento do procedimento”, disse o advogado. A acareação entre Braga Netto e Cid durou cerca de 1h30.

O advogado José Luis Oliveira Lima afirmou que todos mantiveram suas posições durante a sessão no Supremo Tribunal Federal (STF). No caso de Braga Netto, ele nega que tenha entregado dinheiro a Cid, que subsidiaria a manutenção dos acampamentos em frente ao QG do Exército.

Segundo Oliveira Lima, a defesa ainda deve solicitar, mais uma vez, a anulação da delação de Mauro Cid, devido às contradições que ainda constam pelas versões do delator.

De acordo com o advogado, o ex-ajudante de ordens teria “mentido” e ficado de “cabeça baixa” durante todo o procedimento. Essa versão foi negada pela defesa de Cid à CNN Brasil. Segundo o advogado do tenente-coronel, Cezar Bittencourt, Cid repetiu o que tem dito ao longo do processo e respondeu a todos os questionamentos de cabeça erguida.

O ministro Alexandre de Moraes, que conduziu o procedimento, e Luiz Fux, que também acompanhou o processo, fizeram questionamentos aos acareados. Como não foi gravado, apenas a ata do procedimento será anexada aos autos da ação penal.

Divergências

Segundo os advogados de Braga Netto, há divergências em dois pontos principais entre os depoimentos do ex-ministro e do tenente-coronel Mauro Cid. O primeiro refere-se à reunião realizada em novembro de 2022 na residência de Braga Netto. De acordo com Cid, o encontro teve como objetivo discutir o plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”.

O delator afirmou ainda que, durante a reunião, os participantes manifestaram insatisfação com os resultados das eleições e com a forma como as Forças Armadas estavam lidando com o tema. Segundo ele, o ex-ministro teria então solicitado que Cid se retirasse do encontro, pois a partir daquele momento seriam discutidas “medidas operacionais” das quais, por sua proximidade com o ex-presidente, ele não poderia participar — versão que Braga Netto nega.

A segunda divergência envolve uma suposta entrega de dinheiro feita por Braga Netto a Mauro Cid, que teria repassado os valores ao major De Oliveira, apelidado de “kid preto”, para financiar atos antidemocráticos. O dinheiro teria sido entregue dentro de uma caixa de vinho.

Cid afirmou que o ex-ministro fez a entrega no Palácio da Alvorada. A defesa de Braga Netto, no entanto, nega essa versão. (Com informações da CNN Brasil)

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