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Déficit da previdência no setor público é R$ 1,3 trilhão

O STF decidiu soltar o ex-ministro José Dirceu. (Foto: Reprodução)

“[Renan] pode muito, mas não pode tudo.”
Cassio Cunha Lima (PSDB-PB) sobre o boicote de Calheiros às reuniões de líderes

O governo teme “ajustes” de última hora, na reforma da previdência, contra a necessidade de eliminar ou no reduzir drasticamente regalias e privilégios nas aposentadorias do serviço público. Afinal, em 15 anos, de 2001 a 2015, o déficit acumulado por 1 milhão de aposentadorias no setor público somou R$ 1,3 trilhão, valor três vezes maior que o rombo de R$ 450 bilhões das 29 milhões aposentadorias do setor privado.

Médias vexatórias

No Executivo, o valor médio da aposentadoria é R$ 9 mil, no Judiciário R$ 25 mil e R$ 28 mil no Poder Legislativo. No setor privado, R$ 1.600.

Quem fiscaliza o fiscal?

No Ministério Público, os inativos ganham acima dos R$ 30 mil. Em São Paulo, 97% os “fiscais da lei” do MP recebem acima do teto.

Reforma é urgente

São gastos R$ 115 milhões com 1 milhão de aposentados do setor público, e R$ 500 milhões com 33 milhões de inativos no setor privado.

De pobres para ricos

Aposentadoria do servidor público é o maior programa de transferência de renda dos pobres para ricos, no Brasil. E sem paralelo no mundo.

Temer pune 31 deputados após ‘infidelidade’

Foram 31 os deputados que perderam cargos no governo Michel Temer, inclusive para seus apadrinhados, em razão das traições na votação da reforma trabalhista na Câmara, aprovada por 296 x 177 votos. Entre os cargos retirados estão vice-lideranças na Câmara, cargos em ministérios, direção de autarquias, além de representações de órgãos federais nos Estados, gestão em empresas estatais etc.

Recado necessário

As exonerações representam um recado aos “infiéis”, mas isto será reavaliado pelo Planalto e eventualmente redistribuídos entre aliados.

Sem brincadeira

Segundo André Moura (PSC-SE), líder do governo no Congresso, “quando o assunto são reformas, o governo não está de brincadeira”.

Era vice e dançou

Carlos Marun (PMDB-MS) perdeu uma vice-liderança do governo. Esse tipo de função dá direito a nomear mais assessores no parlamento.

Espelho meu

O ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal, admitiu ao repórter Luiz Maklouf de Carvalho o que esta coluna revelou em 24 de dezembro: a antecipação da sua aposentadoria. Ele sente dores no quadril. Deve se submeter a cirurgia e não retornar ao STF.

Suspeição ignorada

No STF, havia a expectativa de que os ministros Ricardo Lewandowski, por suas ligações históricas ao PT, e Dias Toffoli, também amigo e ex-subordinado de Zé Dirceu, alegariam suspeição para não julgar o caso.

Mudaram de ideia?

Os críticos do voto de minerva do ministro Gilmar Mendes, para soltar José Dirceu, são os mesmos que aplaudiram a decisão do STF de prender condenados em decisão de 2ª instância.

Coluna CH, 19

Há 19 anos, em 3 de maio, era publicada a primeira edição desta coluna. O principal destaque era a Petrobras, que que tinha 90% dos seus fornecedores sediados nas Ilhas Cayman, notório paraíso fiscal.

Aliança coerente

No Rio, são fortes as suspeitas de aliança entre militantes da esquerda-caviar com o tráfico de drogas contra as reformas, inclusive queimando ônibus. Não deixa de ser coerente aliança entre cliente e fornecedor.

Não era a hora

O governo quis e o Congresso cancelou a sessão conjunta para analisar 15 vetos presidenciais. Um deles é o veto de Michel Temer à liberação geral para empresas terceirizarem todas as suas atividades.

Reforma sem demora

Aprovada na quarta (26) pela Câmara, a reforma trabalhista deve ser aprovada sem demora no Senado, apesar das ameaças da oposição minoritária, incluindo “rebeldes” que tentam vender caro o seu apoio.

Orçamento é chave

Ficou para terça (8) a definição da Comissão Mista de Orçamento, cuja eleição foi melada por Renan Calheiros: ele recuou da indicação de Rose de Freitas (ES) à presidência após a senadora dizer que o líder do PMDB falava na primeira pessoa, ao criticar o governo Temer.

Pergunta na Turma

José Dirceu ficará mais tempo solto que o goleiro Bruno?

PODER SEM PUDOR

‘Democracia’ garantida

Nos anos 1940, apesar do fim da ditadura Vargas, o poder político era definido segundo a vontade dos “coronéis”, no interior. Era o caso de São Caetano, no agreste pernambucano. Lá, mandava o “coronel” João Guilherme. Na primeira eleição após o Estado Novo, ele destacou capangas para o trabalho, digamos assim, de “boca de urna”: ficavam nas proximidades dos locais de votação perguntando aos eleitores se eles votariam no candidato do coronel. Se a resposta fosse “não”, os eleitores ouviam a “sugestão”:
– Acho melhor o senhor não votar, não. É para não atrapalhar a democracia.

Com André Brito e Tiago Vasconcelos

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