O delator Fernando Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental, disse em seu depoimento que após repassar caixa 2 para o Partido Democrático Trabalhista (PDT), foi procurado em setembro de 2014 por um intermediário do presidente do partido, Carlos Lupi, que pediu recursos para sua campanha ao Senado.
Fernando Reis contou que por conta disso, em outubro de 2014, foram doados R$ 400 mil para Carlos Lupi com o objetivo de que ele defendesse, caso fosse eleito, a privatização do setor de água e esgoto. O intermediário teria sido o tesoureiro do PDT, Marcelo Panella.
Delator disse que repassou valores em caixa 2 para Lupi, do PDT (Foto: Reprodução)
“Ele na verdade pediu o que nós pudéssemos dar, acho que pediu mais R$ 1 milhão e eu ofereci. Chegamos a um número depois de uma negociação, de R$ 400 mil”, disse o delator.
Fernando Reis acrescentou que o propósito a Odebrecht Ambiental era a privatização do setor de saneamento, privatização dos serviços de água, esgoto. “Então, qualquer político que viesse a levantar, a defender esse propósito institucional, nos interessava”, explicou o delator.
Doação para partidos da base aliada
O delator lembra que, em junho de 2014, recebeu uma mensagem de Marcelo Odebrecht para que procurasse Alexandrino Alencar, o diretor de relações institucionais da construtora, para que fizesse pagamentos a determinados partidos da base aliada do Partido dos Trabalhadores por meio de caixa 2.
Esse pedido, segundo relatos do delator, foi feito pelo ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, para garantir os partidos aliados na chapa e, com isso, garantir os minutos de televisão na propaganda eleitoral gratuita. A negociação rendeu 4 minutos e 30 segundos a mais para a chapa da ex-presidente Dilma sobre o candidato Aécio Neves (PSDB).
O pedido de Mantega, disse Fernando Reis, foi de que fossem feitos repasses entre R$ 4 milhões e R$ 7 milhões para cada um dos seguintes partidos: PCdoB, PROS, o PDT, o PRB e o PP. (AG)