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Delegado nega envolvimento com empresário que confessou assassinato de jogador

Emprestado pelo São Paulo, Daniel morreu aos 24 anos. (Foto: Reprodução/Twitter)

O deputado estadual e delegado Rubens Recalcatti negou em Curitiba, ter algum tipo de relacionamento com o empresário Edison Brittes, conhecido como Juninho Riqueza, preso pelo assassinato do ex-jogador do São Paulo, Daniel Corrêa de Freitas, no dia 27 de outubro.

Recalcatti aparece em várias postagens em redes sociais ao lado de Brittes e em uma delas chega a tratar Cristiana, a mulher do empresário (também presa pelo assassinato), como uma “amiga do peito”. “Se eu estou em um aniversário, de qualquer um de vocês, claro que vou dizer que são amigos do coração, é uma festa de confraternização”, disse, durante entrevista coletiva à imprensa.

Sobre Brittes, o delegado destacou que era uma relação ligada à política. “Coisa de política. Uma relação informal e superficial. Ele comparecia eventualmente em alguns eventos meus”, afirmou.

Questionado sobre uma suposta ajuda a Brittes quando o empresário teve problemas com a polícia, o delegado disse que a suposta ligação telefônica não aconteceu. “A citação de meu nome ocorre em função de um boletim de ocorrência de junho deste ano que registra a prisão do suspeito (Brittes) por posse de arma de fogo por policiais de trânsito. De acordo com o BO (boletim de ocorrência), o suspeito disse que tentaria falar comigo por ser deputado e delegado de polícia”, disse.

Já o MP-PR (Ministério Público do Paraná) quer realizar uma investigação paralela para saber o envolvimento ou participação do empresário em alguma quadrilha ligada ao crime.

Jogador foi torturado e morto

Daniel, de 24 anos, foi encontrado morto em uma estrada rural na Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais, com o pênis decepado e quase decapitado, após participar da festa de aniversário de 18 anos de Allana Brittes, na casa noturna Shed, em 27 de outubro, em Curitiba.

Estão presos pelo caso o empresário Edison Brittes, sua mulher Cristiana e sua filha Allana. Além deles, também estão detidos Eduardo Putorke, de 18 anos, Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, de 19, David Willian Villero Silva, de 18 e Ygor King, de 20.

Cristiana Brites

Há 20 dias presa, Cristiana Brites, esposa de Edison Brites Junior, que confessou ter matado o jogador de futebol Daniel Corrêa de Freitas, deve continuar detida na Penitenciária Feminina de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. Isso porque o pedido de revogação da prisão foi negado pela justiça. Ainda cabe recurso e o advogado Claudio Dalledone Junior, que representa a família Brittes, deve continuar argumentando pela liberdade de Cristiana.

A informação do pedido de liberdade de Cristiana foi divulgado pela assessoria de imprensa do advogado, que informou ter pedido a revogação da prisão de Cristiana Brites. O pedido foi feito ao juiz de São José dos Pinhais, o mesmo que decretou a prisão. Em resposta, o juiz se manifestou contrário ao recurso.

Segundo Dalledone, a defesa ofereceu embargos de declaração, um pedido para que o juiz explique melhor o motivo de negar a revogação, pois o juiz não esgotou todos os argumentos defensivos. Com isso, o que acontece é que, por enquanto, não se tem ainda uma decisão que negue ou conceda a liberdade à Cristiana.

Ainda conforme o informado pela assessoria de Dalledone, é importante ressaltar que o pedido de revogação não se trata de um Habeas Corpus endereçado ao Tribunal Justiça do Paraná, mas sim de um pedido de revogação de prisão, endereçado ao juiz de São José dos Pinhais, o mesmo que decretou a prisão temporária.

As investigações seguem pela Polícia Civil, mas o Ministério Público do Paraná informou, nesta segunda-feira (19), que vai abrir outra investigação paralela, pois há suspeita de que Edison esteja ligado a uma quadrilha criminosa.

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