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Depois de desempenho aquém no primeiro semestre, Lula aumentou vantagem entre eleitores mais pobres e no Nordeste

Melhora em base fiel ao PT dá novo fôlego ao governo Lula nas pesquisas. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A melhora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de opinião foi puxada sobretudo pela retomada que o petista conseguiu em bases tradicionais: os mais pobres e moradores do Nordeste. Tanto o Ipsos-Ipec quanto o Datafolha captaram a variação positiva em levantamentos divulgados na última sexta-feira (12), o que vai ao encontro do que a Genial/Quaest havia identificado no mês passado.

Apesar de ainda ter mais desaprovação que aprovação na maioria dos institutos, Lula registra agora uma curva positiva e tem reduzido a diferença. No início do ano, o presidente viu a avaliação negativa crescer de forma acentuada na esteira da inflação dos alimentos, agora apaziguada, e da crise do Pix. Além do preço da comida, o discurso nacionalista em resposta ao tarifaço de Donald Trump vem sendo associado ao fôlego do petista nos últimos meses.

No Ipsos-Ipec, que ouviu 2 mil eleitores entre 4 e 8 de setembro, o trabalho de Lula era aprovado por 39% em junho; agora, passou para 44%. A margem de erro é de dois pontos percentuais. O aumento foi mais acentuado em estratos que ensaiaram abandonar o presidente no início do ano, mas agora lhe dão novo voto de confiança.

Entre nordestinos, a aprovação subiu sete pontos na comparação com a pesquisa anterior e hoje é de 63%. No recorte por renda, as faixas mais pobres do eleitorado também impuseram variações de seis pontos cada: entre quem ganha até um salário mínimo por mês, ele é aprovado agora por 54%, contra 40% que o desaprovam; no universo dos que recebem entre um e dois salários, o jogo é mais equilibrado, com empate em 47%.

Até houve melhora em outras regiões ou faixas de renda, mas, pelo volume de entrevistados concentrados nesses estratos, eles despontam como o motor da recuperação de Lula.

No Datafolha, o presidente conseguiu pela primeira vez no ano um empate numérico entre aprovação e desaprovação, ambas com 48%. Quando se considera a avaliação, dividida entre ótimo ou bom, regular e ruim ou péssimo, o governo também apresentou curva ascendente. O indicador favorável passou de 29% em julho para 33% agora. No Nordeste, subiu de 38% para 45%; entre os que ganham até dois salários mínimos, foi de 34% para 39%.

Divulgado na semana passada, o IPCA de agosto registrou deflação pela primeira vez no ano, com queda de 0,11% no mês. O mais decisivo politicamente é que a redução foi puxada, entre outros setores, pelos alimentos, que são o ponto mais perceptível para a população. No acumulado de três meses, o preço da comida variou 0,91% para baixo, na contramão de aumentos apresentados no ano passado e no início de 2025.

A Genial/Quaest indicou, em agosto, o peso do custo do supermercado na recuperação do governo. A despeito de o percentual de entrevistados dizendo que os preços subiram de um mês para outro ainda ser maior do que os que veem diminuição, a curva mudou. Passou de 76% para 60% a parcela dos que acham que os preços aumentaram. Na outra ponta, migrou de 8% para 18% o volume daqueles que sentiram uma queda. (Com informações do jornal O Globo)

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