O governo federal dos Estados Unidos vai retomar as execuções de condenados à morte após uma moratória de quase duas décadas, informou o secretário de Justiça, William Barr, nesta quinta-feira (25). O anúncio reverte o que foi essencialmente uma moratória à pena de morte federal. O governo federal não executou nenhum preso desde 2003, embora os promotores ainda busquem a pena de morte em alguns casos, inclusive para Dylann S. Roof, um supremacista branco que matou nove pessoas negras em uma igreja em Charleston em 2015, e Dzhokhar Tsarnaev, terrorista da maratona de Boston. As informações são do jornal O Globo e de agências internacionais de notícias.
“O Departamento de Justiça pediu a pena de morte contra os piores criminosos”, disse Barr em um comunicado. “O Departamento de Justiça defende o Estado de Direito – e nós devemos às vítimas e às suas famílias levar adiante a sentença imposta pelo nosso sistema de Justiça.”
Barr disse que Hugh Hurwitz, diretor em exercício do Escritório de Prisões, programou execuções em dezembro e janeiro para cinco homens condenados por assassinato. Elas serão realizadas na penitenciária federal em Terre Haute, Indiana, usando a droga pentobarbital. Execuções adicionais serão agendadas mais tarde, disse Barr. Atualmente, há 62 condenados à morte em prisões federais.
“O Congresso autorizou expressamente a pena de morte por meio de legislação adotada pelos representantes do povo nas duas Casas do Congresso e sancionada pelo presidente”, acrescentou Barr.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu desde o início de seu mandato o aumento do uso da pena de morte para traficantes de drogas e pessoas que cometem chacinas, pedido sobre o qual o Departamento de Justiça tem trabalhado desde então.
Logo no início do governo, o então secretário de Justiça, Jeff Sessions, ordenou que o Departamento Federal de Prisões examinasse quais medidas poderiam ser necessárias para retomar o uso da pena de morte, contou um funcionário do Departamento de Justiça.
Em março de 2018, Sessions também requereu que os promotores federais pedissem a pena de morte ao apresentarem denúncias contra traficantes de drogas como parte de uma estratégia para ajudar a combater a crise dos opiáceos.
Mais recentemente, em maio, o Escritório de Assessoria Jurídica do Departamento de Justiça tomou medidas para tornar mais fácil para os estados realizar execuções, declarando que a agência federal de medicamentos não tem o poder de regular drogas de injeção letal.
Essa decisão tornará mais fácil para os Estados importarem tais drogas depois que muitas empresas farmacêuticas cortaram os suprimentos.
Entre os detentos também está Daniel Lewis Lee, um supremacista branco que foi condenado em Arkansas por assassinar uma família de três pessoas, incluindo uma menina de 8 anos.